O senador democrata Cory Booker declarou a uma emissora de notícias que se preparou para seu discurso com plena consciência do recorde estabelecido por Strom Thurmond, que durante uma sessão do Senado em 1957, proferiu um discurso que durou 24 horas e 18 minutos. Para evitar interrupções e não ter que usar o banheiro, ele adotou um regime de jejum e desidratação.
Booker expressou que desde sua chegada ao Senado, sempre sentiu a presença de uma “sombra estranha” sobre a instituição, principalmente em relação ao fato de que o discurso mais longo registrado estava associado a um evento que opôs a legislação em direitos civis. O sentimento de inadequação a respeito desse legado histórico foi especialmente forte para ele, tendo crescido sob as narrativas do movimento pelos direitos civis.
No que diz respeito à sua notável resistência durante o discurso, Booker mencionou que interrompeu a alimentação dias antes e se desidratou, o que resultou em cãibras e espasmos musculares à medida que as horas se passavam. Após sua maratona de discurso, recebeu reações mistas de colegas do partido republicano; alguns criticaram suas intenções, enquanto outros reconheceram sua coragem e paixão.
O senador Thom Tillis, da Carolina do Norte, avaliou o discurso como algo “feito para a TV”, sugerindo que parecia mais uma audição para uma futura posição política. Em contrapartida, a senadora Lisa Murkowski, do Alasca, manifestou apoio ao reconhecer a dificuldade de permanecer em pé e articulado por tantas horas, mesmo que discordasse de alguns pontos abordados.
Booker iniciou sua fala por volta das 19h, horário do leste dos Estados Unidos, em um momento em que a liderança do partido Democrata enfrenta pressões de sua base para uma atuação mais assertiva contrária à administração atual. Ele afirmou que sua intenção era interromper os negócios habituais do Senado enquanto fosse fisicamente possível, enfatizando sua crença de que o país estava enfrentando uma crise.
Durante seu discurso, Booker expressou preocupação com as possíveis reduções no Medicaid que poderiam ser promovidas pelos republicanos no Congresso, alertando sobre as consequências prejudiciais para os eleitores e cidadãos americanos em geral.
