As tropas israelenses avançaram para uma área no norte de Gaza com o intuito de ampliar o que denominam de zona de segurança ao redor dos limites do território, conforme comunicado militar emitido nesta sexta-feira. Essa movimentação ocorre poucos dias após o governo de Israel revelar planos de efetuar uma operação em grande escala no sul da região.
Durante a operação no subúrbio de Shejaia, localizado a leste da Cidade de Gaza, soldados israelenses organizaram rotas específicas para a evacuação de civis, segundo informações divulgadas pelas forças armadas. Avisos para que os moradores deixassem a área foram emitidos na quinta-feira, resultando em uma saída maciça, na qual muitos carregavam seus pertences, além de utilizar meios como carroças de burro, bicicletas ou vans.
Relatos de autoridades de saúde indicam que ao menos 27 pessoas, incluindo crianças e mulheres, foram mortas em um ataque aéreo israelense que atinge um escolar na Cidade de Gaza, onde famílias deslocadas buscavam abrigo. As forças israelenses afirmaram que a escola Dar Al-Arqam, situada no bairro de Tuffah, servia como centro de comando para militantes do Hamas, acusando-os de fazer uso intencional de infraestruturas civis para suas operações. Do lado do Hamas, a organização nega operar em áreas com civis.
Na última semana, um êxodo maciço de palestinos ocorreu em resposta ao avanço das tropas israelenses, caracterizando um dos maiores deslocamentos populacionais desde o início do conflito. No extremo sul de Gaza, os militares israelenses têm fortalecido suas posições ao redor das ruínas da cidade de Rafah.
Até o momento, Israel não detalhou suas intenções de longo prazo para as áreas que estão sendo ocupadas como zonas de segurança. Residentes locais expressam a crença de que o objetivo de Israel seja a remoção permanente da população dessas áreas, as quais incluem algumas das terras agrícolas remanescentes e a infraestrutura hídrica de Gaza. As forças armadas informaram que eliminaram vários militantes e desmantelaram estrutura associada ao Hamas, incluindo um alegado centro de comando.
A narrativa palestina sustenta que a meta final de Israel é deslocar a população de Gaza de forma permanente, de acordo com um plano previamente divulgado por um presidente dos Estados Unidos, que visava transformar o território em um resort sob controle norte-americano. Israel enfatiza que pretende incentivar a saída voluntária dos palestinos que desejarem deixar a região.
