Os contratos futuros de algodão na ICE registaram uma queda para o nível mais baixo em mais de quatro anos nesta sexta-feira, 4. A diminuição das perspectivas de demanda pela fibra natural ocorre após a China, o principal importador de algodão dos Estados Unidos em termos de valor, anunciar tarifas abrangentes sobre todas as importações desse país. O contrato referente ao algodão para julho apresentava uma redução de 3%, sendo cotado a 63,72 centavos de dólar por libra-peso por volta das 14h (horário de Brasília), após operar na faixa de 62 centavos. No decorrer da semana, o produto sofreu um recuo de 8%, o que provavelmente configura sua pior semana desde agosto de 2022.
Um analista do setor manifestou que o mercado está enfrentando uma onda de informações negativas, destacando as chuvas no oeste do Texas, o impacto das tarifas impostas durante a administração Trump e a retaliação da China. O Ministério das Finanças da China anunciou que irá aplicar tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos Estados Unidos a partir de 10 de abril, como resposta às taxas que foram introduzidas pelo governo americano. Essas tarifas adicionais têm início programado para dia 10 de abril.
O impacto das tarifas chinesas pode resultar em uma paralisação significativa da demanda por algodão, dado que as vendas para a China em 2024 foram avaliadas em US$ 1,49 bilhão, uma diminuição em relação aos US$ 1,57 bilhão registrados em 2023, conforme dados do U.S. Census Bureau. Além disso, o mercado de commodities está registrando perdas significativas, com os futuros da soja e do trigo em Chicago ampliando suas quedas para mais de 2%, enquanto os futuros do milho também observaram uma redução superior a 1%. Em um contexto mais amplo, os preços do petróleo despencaram 8%, indicando que, se mantidas, essas condições podem levar os preços do poliéster, utilizado como substituto do algodão, a níveis mais acessíveis.
