Na segunda-feira, 7 de março, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu suspender temporariamente o prazo estabelecido por um tribunal para a devolução de um homem de Maryland que foi deportado por engano para El Salvador. Essa decisão foi tomada em resposta a um pedido que buscava mais tempo para que as partes envolvidas apresentassem seus argumentos. O juiz John Roberts, presidente da Suprema Corte, concedeu uma “suspensão administrativa”, um ato que prolongará o prazo até que o tribunal emita uma decisão mais abrangente, o que deve ocorrer em breve. O juiz Roberts é responsável por lidar com questões emergenciais do tribunal federal de apelações na Virgínia. Esta escolha de interromper temporariamente o processo, prática relativamente comum em situações de prazos apertados, indica que Kilmar Armando Abrego Garcia, um cidadão salvadorenho deportado no dia 15 de março, continuará na prisão em El Salvador por enquanto.
No final de março, o governo anterior reconheceu um erro ao deportar um pai de família de Maryland para El Salvador. Kilmar Armando Abrego Garcia, um nacional salvadorenho, havia recebido status de protegido por um juiz de imigração em 2019, o que deveria garantir que não fosse enviado de volta a El Salvador. De acordo com informações inicialmente divulgadas pela revista The Atlantic, esse incidente representa a primeira confirmação oficial de um erro cometido pelo governo em relação aos recentes voos de deportação para El Salvador, atualmente objeto de intensas disputas jurídicas. A documentação do governo afirma que, em 15 de março, apesar de o Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) ter conhecimento de sua proteção contra remoção, Abrego Garcia foi deportado para El Salvador devido a um erro administrativo. Sua esposa o reconheceu em uma imagem de detentos sendo conduzidos à famosa mega-prisão CECOT em El Salvador, evidenciando as consequências graves dessa situação.