Um novo estudo publicado na revista Nature trouxe à tona informações inéditas sobre as chamadas “ondas de coro”, que são fenômenos eletromagnéticos interagindo com partículas carregadas no espaço. Essas ondas emitem sons que se assemelham ao canto dos pássaros quando convertidas para o formato de áudio e se manifestam em regiões de plasma — o quarto estado da matéria. Elas desempenham um papel fundamental na formação das auroras boreais, as impressionantes luzes visíveis nos céus das áreas polares, além de estarem ligadas aos cinturões de radiação que cercam o nosso planeta.
A pesquisa foi realizada por cientistas da Universidade Beihang, na China, utilizando dados da missão Magnetospheric Multiscale (MMS) da NASA. Os resultados revelaram como essas ondas afetam tanto os processos no espaço quanto as tecnologias que utilizamos na Terra. Adicionalmente, foram destacadas novas descobertas sobre a origem e o impacto dessas ondas, ampliando nosso entendimento sobre o comportamento do ambiente espacial próximo ao nosso planeta.
As ondas de coro desempenham um papel importante na transferência de energia dos elétrons ao campo eletromagnético, resultando na aceleração das partículas em direção à alta atmosfera da Terra. Ao chegarem lá, essas partículas colidem com gases, como oxigênio e nitrogênio, liberando energia que se manifesta como luzes coloridas, responsáveis pelas auroras boreais e austrais. Esse fenômeno explica os diferentes tons de verde, vermelho e roxo que tornam essas luzes tão cativantes.
Nesse contexto, as mudanças no fluxo de elétrons potencializam as ondas, gerando sons semelhantes a assobios. Essa interação possibilita que os cientistas compreendam como a energia espacial pode impactar tecnologias essenciais, como sistemas de GPS, comunicação via satélite e redes de energia, que necessitam de um funcionamento confiável para o cotidiano moderno.
Essas ondas não apenas geram fenômenos naturais impressionantes, mas também podem influenciar diretamente nosso cotidiano. Elas têm a capacidade de interferir em satélites, utilizados para navegação e comunicação, gerando possíveis interrupções nas redes de GPS e nos sinais de telecomunicações. Essa vulnerabilidade exemplifica a interconexão entre eventos que ocorrem no espaço e as tecnologias contemporâneas. Simultaneamente, a investigação dessas ondas abre portas para o desenvolvimento de tecnologias que possam proteger equipamentos essenciais dos efeitos adversos do clima espacial.
Compreender o comportamento das ondas magnéticas é essencial para previsões de fenômenos como as auroras boreais e as flutuações nos cinturões de radiação, pontos cruciais para evitar danos em satélites, redes de energia e sistemas de comunicação que utilizamos diariamente.
