Há diversos obstáculos no caminho de Jair Bolsonaro e do bolsonarismo rumo à anistia dos responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro, a qual pode representar uma base para o perdão ao ex-presidente réu. Pelo menos quatro questões se destacam nesse contexto.
O primeiro desafio refere-se ao presidente da Câmara, Hugo Motta, que não demonstra intenção de apressar a discussão do tema na Casa Legislativa. Após ser hostilizado durante um ato em apoio aos golpistas, sua resistência em pautar essa questão se intensificou.
O segundo obstáculo é a escassez de votos no Senado, onde a proposta ainda não conta com o respaldo da maioria dos senadores, ao contrário do que ocorre na Câmara dos Deputados.
O terceiro fator é a reconhecida inconstitucionalidade do assunto, que pode ensejar ações no Supremo Tribunal Federal. A expectativa em relação à posição do STF é cautelosa, especialmente considerando a forma como a Corte foi impactada pelas ações dos golpistas.
Por fim, a quarta questão crucial é refletida nas pesquisas de opinião, que evidenciam a falta de apoio significativo da população à anistia dos golpistas. A maioria dos levantamentos revela que a aprovação a essa medida é restrita a uma parcela minoritária da sociedade.