O presidente da Argentina, Javier Milei, enfrenta sua terceira greve geral desde a sua posse em dezembro de 2023. A mobilização, organizada pela Confederação Geral do Trabalho da República Argentina, teve início em 9 de setembro e visa protestar contra as políticas de ajuste fiscal, exigir o fim da “repressão selvagem” a protestos e apoiar a luta dos aposentados, com um pedido por um aumento emergencial nas pensões. Manifestantes se dirigiram ao Congresso em Buenos Aires como uma forma de pressionar o governo.
A convocação da greve ressaltou a situação de desigualdade social no país e a falta de resposta do governo às demandas por uma melhor renda e condições dignas de vida. As principais centrais sindicais argentinas se uniram para expressar a insatisfação dos trabalhadores e a necessidade de uma mudança nas políticas atuais.
Os participantes da greve também fazem exigências relacionadas ao aumento nos investimentos em saúde e educação. Além disso, se opõem às demissões nos setores público e privado, assim como ao novo acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os manifestantes demandam ainda que o governo implemente um programa voltado para o desenvolvimento da indústria nacional e que a política externa seja ajustada para atender aos interesses do país.
A paralisação tem duração de 24 horas, começando à meia-noite de 10 de setembro, e afeta diversos setores, incluindo transporte público, aviação comercial e de carga, serviços bancários, comércio, gastronomia, instituições educacionais, coleta de lixo, correios, administração pública e saúde (exceto emergências em hospitais públicos). No entanto, o Sindicato dos Motoristas de Ônibus (UTA) não participou desta greve.
Conforme informado por um funcionário da Casa Rosada, será descontado o dia de trabalho dos servidores públicos que participarem da greve geral. O protesto ocorre enquanto o presidente Milei viaja ao Paraguai para se reunir com o presidente Santiago Peña em Assunção. Durante essa visita, o governo argentino também está em negociação para um novo acordo com o FMI, visando um empréstimo de US$ 20 bilhões, o que equivale a cerca de 123 bilhões de reais. O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, afirmou que o valor do financiamento já foi acordado, mas ainda depende de aprovação final.