O presidente da França anunciou, em 9 de outubro, que o país tem a intenção de reconhecer o Estado da Palestina até junho. Ele fez um apelo para que as nações do Oriente Médio também aceitem a existência do Estado de Israel. Durante uma entrevista à emissora France 5, ele enfatizou que essa decisão não busca agradar a ninguém, mas sim é tomada com a convicção de ser a ação correta em algum momento. O presidente também mencionou a necessidade de uma dinâmica coletiva que permita que os defensores da Palestina também reconheçam Israel, algo que, segundo ele, muitos ainda não fizeram.
A resolução 181 da ONU, emitida em 1947, já previa o estabelecimento tanto da Palestina quanto de Israel. Entretanto, ao longo do tempo, o Estado de Israel tem expandido seus territórios em áreas identificadas como palestinas pela Organização das Nações Unidas, o que resultou em uma sequência de conflitos regionais. Em contrapartida, as lideranças árabes nunca reconheceram essa resolução, levando a um não reconhecimento da fundação de Israel.
Atualmente, cerca de 150 países já reconhecem o Estado da Palestina. Entre esses países estão Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Suécia, Polônia, Irlanda, Rússia, Ucrânia e China. Em meio ao conflito entre Israel e Hamas, outras nove nações decidiram reconhecer o Estado da Palestina no ano passado, incluindo Armênia, Eslovênia, Irlanda, Noruega, Espanha, Bahamas, Trinidad e Tobago, Jamaica e Barbados.
A declaração do presidente francês ocorre em um momento de intensificação das operações das Forças de Defesa de Israel na Faixa de Gaza. Na semana anterior, o primeiro-ministro israelense anunciou que suas tropas estavam “tomando territórios” e que havia um plano para “dividir” o enclave palestino através de um novo corredor de segurança, chamado por ele de “rota Morag”, que separará as cidades ao sul da região.
Na mesma data da declaração, um ataque aéreo israelense a um edifício residencial na Cidade de Gaza resultou na morte de pelo menos 29 palestinos, entre os quais estavam crianças, segundo autoridades de saúde locais. Informações indicam que oito crianças foram contabilizadas entre as vítimas, e mais de 60 pessoas ficaram feridas. Também há relatos de que muitas pessoas podem estar desaparecidas, possivelmente soterradas sob os destroços do prédio atacado.