Em suas primeiras declarações públicas após o lançamento das tarifas por Donald Trump, o presidente da China, Xi Jinping, se manifestou na sexta-feira, 11, durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. Xi destacou que a China e a União Europeia devem trabalhar juntas para defender a globalização e se opor aos “atos unilaterais de bullying” promovidos pelos Estados Unidos. Ele enfatizou que ambos os lados têm a responsabilidade de proteger o ambiente do comércio internacional e a tendência da globalização econômica.
Xi também frisou que “não há vencedores” em uma guerra comercial. Em resposta, Sánchez ressaltou a importância do diálogo entre Pequim e Washington, sugerindo a necessidade de uma relação mais equilibrada entre a China e os países da União Europeia. Enquanto Trump decidiu suspender tarifas recíprocas por 90 dias sobre todos os países, as taxas aplicadas à China foram aumentadas.
Recentemente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou satisfação com a decisão de Trump, que incluiu a suspensão temporária das tarifas planejadas para produtos americanos, que totalizariam cerca de 23,2 bilhões de dólares. Em uma atualização anterior, a China anunciou um aumento nas tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, de 84% para 125%, como resposta ao aumento das tarifas aplicadas por Trump, que já somam um total de 145% quando consideradas as taxas adicionais de 20%.
O Ministério das Finanças da China confirmou essas informações, ressaltando que essa contramedida entrará em vigor no sábado. O ministério afirmou em comunicado que a imposição de tarifas excessivas pelos Estados Unidos representa uma violação séria das normas comerciais internacionais e, além disso, é um ato unicamente coercitivo. O Ministério do Comércio da China também declarou que tomará medidas firmes e resistirá em caso de ações adicionais que afetem significativamente os interesses chineses.
Além disso, a declaração indicou que se Trump continuar a implementar tarifas adicionais, Pequim as ignorará. O ministério argumentou que as tarifas elevadas se tornaram um jogo de números sem relevância econômica prática, pedindo aos EUA que avancem na eliminação dessas tarifas e corrijam práticas que considera ilícitas. Em resposta às tensões, Trump comentou que a China deseja um acordo, embora, segundo ele, ainda não saiba a maneira correta de alcançá-lo, referindo-se ao presidente Xi como uma pessoa orgulhosa que eventualmente encontrará um caminho para resolver a situação.