O ex-presidente Jair Bolsonaro foi hospitalizado na manhã desta sexta-feira, 11 de agosto, em um hospital particular de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, após relatar fortes dores abdominais. De acordo com informações médicas, ele apresenta um quadro de distensão abdominal e uma possível obstrução intestinal, condições que podem estar ligadas à facada sofrida durante a campanha presidencial em 2018. Inicialmente, ele foi atendido no Hospital Regional de Santa Cruz, no interior do estado, mas precisou ser transferido de helicóptero da Polícia Militar para o Hospital Rio Grande, na capital potiguar, com a autorização da governadora do estado.
O médico Luiz Roberto Fonseca, do Hospital Rio Grande, informou que o estado de saúde de Bolsonaro é estável, e que, no momento, ele não está apresentando dores. Fonseca afirmou que não há indicação de que uma cirurgia seja necessária, embora Antônio Luiz Macedo, médico que acompanha o ex-presidente à distância, não tenha descartado a possibilidade de uma intervenção cirúrgica futura.
O foco imediato para o tratamento envolve a retomada das funções intestinais. Um boletim médico atualizado deverá ser emitido às 17h. Um dos médicos habituais que acompanha Bolsonaro está a caminho de Natal. Apesar da condição clínica estável, a família está considerando uma possível transferência do ex-presidente para São Paulo ou Brasília, dependendo dos resultados dos exames de imagem. Fonseca mencionou que o ex-presidente está em condições de ser removido via UTI aérea, com acompanhamento médico necessário. Além disso, um andar inteiro do hospital foi reservado como medida de segurança, e o ex-presidente mantém-se bem-humorado, conforme relatado pelos profissionais de saúde.
Bolsonaro começou a sentir dores na noite anterior em um hotel, onde estava hospedado durante a primeira agenda da “Rota 22”, um projeto do PL que visa levá-lo a diversos estados, mesmo que ele seja inelegível até 2030. Na manhã de sexta-feira, antes do início do mal-estar, participou de um evento com apoiadores na cidade de Bom Jesus.
Desde o atentado de 2018, o ex-presidente já se submeteu a pelo menos cinco cirurgias abdominais e teve várias internações. Em 2022, foi hospitalizado após ingerir camarão não mastigado. Em 2023, passou por procedimentos para corrigir hérnia e refluxo, e também ficou internado por 12 dias devido a um quadro de erisipela e dores abdominais. De acordo com aliados, como o senador Rogério Marinho, as dores recentes estão relacionadas às complicações decorrentes da facada. O médico Macedo destacou que o intestino de Bolsonaro “está completamente paralisado” e que o caso requer atenção especial.
