sábado, fevereiro 1, 2025
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Zelensky comenta sobre Lula em relação ao Brasil

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta quarta-feira, 22, que o “trem do Brasil passou”, referindo-se à diminuição da importância do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um potencial mediador para resolver o conflito entre seu país e a Rússia. “Honestamente, acho que o trem do Brasil já partiu. Conversei com Lula, tínhamos uma reunião e pedi que ele se tornasse um parceiro na busca pelo fim da guerra. No entanto, agora ele não é mais um ‘participante’ neste contexto”, afirmou durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.

Recentemente, houve alguns desentendimentos entre Zelensky e Lula. No ano anterior, Zelensky expressou suas reservas sobre o papel do Brasil nas negociações de paz, questionando o “verdadeiro interesse” do Brasil e da China em liderar o diálogo entre Kiev e Moscou, além de criticar o governo federal por ter laços com Vladimir Putin. Em uma coletiva de imprensa com jornalistas brasileiros na semana passada, o chefe de gabinete do governo da Ucrânia, Andriy Yermak, expressou sua insatisfação com o relacionamento entre Kiev e Brasília, afirmando que “infelizmente, não é a relação que desejamos, mas seguimos com o coração aberto”, principalmente porque “a voz do Brasil é crucial para tratar com a Rússia”.

Yermak destacou que “toda relação depende de duas partes. Da nossa parte, temos mostrado nosso interesse e esperamos que, em algum momento, essa relação alcance o nível que almejamos. É isso que temos”, revelou, demonstrando descontentamento pela ausência de um convite ao presidente Volodymyr Zelensky na cúpula do G20, que ocorreu no Rio de Janeiro em novembro passado. Após o encontro das maiores economias do mundo, Zelensky criticou a “posição fraca” da declaração do G20 sobre a guerra na Ucrânia, que não fez menção à Rússia.

Além disso, Yermak adotou uma postura mais conciliadora em comparação com a do presidente, sugerindo que, especialmente no que tange às crianças ucranianas que foram deportadas ilegalmente para a Rússia, o Brasil pode assumir um papel mais destacado, dada a sua posição como “um dos líderes globais na promoção da paz e da Justiça”. “O Brasil pode, nesse contexto, se envolver em uma mediação com os russos para ajudar na recuperação das crianças e seu retorno para casa. A voz do Brasil é fundamental nas relações com a Rússia”, enfatizou. “Em áreas ocupadas ilegalmente, a Rússia está alterando a cidadania e a identidade das crianças, falsificando suas origens. Não se trata apenas de crimes de guerra, mas de tentativas deliberadas de suprimir a identidade nacional. Essas crianças estão sendo privadas de suas histórias.”

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