O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no domingo (13) que irá divulgar a taxa tarifária sobre semicondutores importados na semana seguinte e mencionou que haverá flexibilidade para algumas empresas do setor. Essa decisão indica que a suspensão das tarifas sobre smartphones e computadores, anteriormente estabelecida, pode ser temporária, uma vez que o presidente busca mudar a dinâmica do comércio relacionado a semicondutores.
Trump comentou a intenção de simplificar as operações para diversas empresas, enfatizando a necessidade de fabricar chips e semicondutores nos Estados Unidos. Essa declaração foi feita durante uma viagem de retorno em um voo oficial, enquanto se dirigia a Washington após uma visita a sua propriedade na Flórida.
Embora ele tenha evitado confirmar se produtos como smartphones estarão isentos das novas tarifas, ressaltou a importância da flexibilidade nas situações comerciais. Em um discurso anterior, Trump anunciou a abertura de uma investigação relacionada à segurança nacional sobre a indústria de semicondutores, indicando que o governo está examinando a cadeia de suprimentos de produtos eletrônicos.
A Casa Branca havia comunicado a isenção de tarifas na sexta-feira (11), gerando especulações de que o setor de tecnologia poderia evitar os efeitos do agravamento das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, garantindo que itens de uso cotidiano, como celulares e laptops, continuem acessíveis aos consumidores.
No entanto, Howard Lutnick, secretário de comércio, esclareceu no domingo que produtos tecnológicos essenciais da China também enfrentariam novas taxas, além das tarifas sobre semicondutores, previstas para os próximos dois meses. Lutnick anunciou que Trump pretende implementar uma tarifa específica sobre smartphones, computadores e outros dispositivos eletrônicos dentro desse prazo, além de tarifas focadas em semicondutores e farmacêuticos.
Essas novas tarifas não se integrarão às tarifas recíprocas já estipuladas, que foram elevadas a 125% na semana anterior. Lutnick explicou que, embora produtos da tecnologia estejam isentos das tarifas recíprocas, eles serão abrangidos pelas novas tarifas específicas que se aproximam.
Em resposta, a China ajustou suas tarifas sobre importações dos EUA para 125% na sexta-feira (11). Antes das declarações de Lutnick, o governo chinês havia sinalizado que estava analisando como as isenções afetariam os produtos tecnológicos anunciados no dia anterior.
O investidor e bilionário Bill Ackman, conhecido pelo apoio à candidatura de Trump, mas crítico em relação às tarifas, sugeriu um adiamento das tarifas recíprocas sobre a China por três meses, semelhante ao que o presidente fez com a maioria dos países anteriormente. Ele argumentou que, se Trump reduzisse temporariamente estas tarifas para 10%, poderia atingir o mesmo objetivo de incentivar as empresas americanas a reconfigurar suas cadeias de suprimentos sem interrupções significativas.