16 abril 2025
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Ex-líder da Coreia Refuta Acusações de Conspiração para Golpe

O ex-presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, fez uma negação das alegações de tentativa de insurreição na primeira audiência do julgamento que investiga sua tentativa frustrada de instaurar a lei marcial no final de 2024. O Ministério Público acusa Yoon de ter conspirado para desestabilizar a ordem constitucional do país.

A tentativa de implementar a lei marcial, que ocorreu em 3 de dezembro, foi cancelada poucas horas depois de ser anunciada. O evento foi considerado pela oposição como uma tentativa malsucedida de golpe contra o governo civil. Yoon foi suspenso de suas funções em dezembro, e seu afastamento foi oficializado em 4 de abril, após uma votação parlamentar.

Durante a audiência, Yoon, que já atuou como promotor antes de entrar na política, solicitou a exibição de materiais de acusação em um monitor e começou a contestar meticulosamente cada ponto apresentado pela Promotoria. Entre os documentos juntados, há registros que sugerem que Yoon planejou decretar a lei marcial e mobilizar suas tropas para o Parlamento, com ordens para invadir o edifício, quebrar vidros e interromper o fornecimento de energia.

Yoon afirmou perante o tribunal que considerar um evento breve, sem confrontos, como uma insurreição é uma interpretação jurídica questionável. Na mesma audiência, dois generais de alta patente foram chamados como testemunhas. Um deles, Cho Sung-hyun, do Comando de Defesa da Capital do Exército, declarou ter recebido ordens diretas para mobilizar tropas com o objetivo de retirar parlamentares do plenário durante a breve imposição da lei marcial.

A ordem de lei marcial, que foi emitida em 3 de dezembro sob a justificação de combater potenciais ameaças “antiestatais”, foi rapidamente revogada após a resistência de parlamentares, que utilizaram barricadas e extintores para bloquear a entrada de unidades militares. No mesmo dia, a Assembleia votou pela revogação da medida.

O Tribunal Constitucional validou a destituição de Yoon, afirmando que a decisão de instalar a lei marcial causou um impacto profundo na sociedade sul-coreana, resultando em instabilidade nas esferas política, econômica e diplomática. A Promotoria acusa Yoon de ter planejado uma insurreição, um crime que pode acarretar penas severas, incluindo prisão perpétua ou até mesmo a pena de morte, embora não haja execuções na Coreia do Sul há várias décadas.

A tentativa frustrada de desestabilizar o governo civil evidenciou ainda mais as tensões ideológicas entre os conservadores e progressistas, colocando as Forças Armadas numa posição complicada em relação ao cumprimento das ordens presidenciais.

Na última sexta-feira, Yoon deixou o edifício governamental e retornou ao seu apartamento, localizado a poucos quarteirões do tribunal em Seul. Acompanhado por sua esposa e animais de estimação, ele foi recebido por um grupo de apoiadores conservadores. Em declarações posteriores, Yoon adotou uma postura desafiadora, prometendo continuar a apoiar seus seguidores, o que foi criticado pela oposição como uma demonstração de negação, sem um pedido sincero de desculpas.

Com a renúncia de Yoon, o país se prepara para eleições presidenciais antecipadas agendadas para 3 de junho. A participação do ex-presidente no processo eleitoral ainda é incerta.

Enquanto isso, figuras proeminentes da política estão se movimentando. Lee Jae-myung, líder do Partido Democrata e atual favorito nas pesquisas, visitou uma startup de tecnologia e se comprometeu a aumentar os investimentos em inteligência artificial, promovendo a flexibilização das regulamentações para estimular o setor. Hong Joon-pyo, ex-promotor e concorrente de Yoon nas anteriores primárias conservadoras, anunciou sua candidatura à presidência.

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