A presença da internet se tornou uma parte essencial da vida cotidiana. As vantagens que ela oferece são inegáveis, porém, esse ambiente pode ser arriscado, apresentando lacunas em regulamentação e sendo um terreno fértil para atividades criminosas. Diante desse cenário, surge a questão: como preparar crianças e adolescentes, que ainda estão em desenvolvimento, para navegar de forma segura na web?
Recentemente, em Brasília, uma menina de 8 anos, identificada como Sarah Raissa Pereira de Castro, faleceu após participar de um desafio online. A criança foi encontrada desmaiada no sofá, próxima a um celular e a um travesseiro saturado com desodorante. Ao ser levada ao Hospital Regional de Ceilândia, foi declarada morta, tendo sofrido uma parada cardiorrespiratória. A polícia instaurou uma investigação para elucidar as circunstâncias envolvidas na morte e os responsáveis pelo chamado “desafio do desodorante”.
Uma médica envolvida na regulação de leis sobre UTIs fez um apelo nas redes sociais aos pais, diante da dor da perda, pedindo que fiquem atentos aos desafios que circulam na internet para que tragédias desse tipo não se repitam. Ela enfatizou a importância de os pais orientarem seus filhos a não participarem de tais desafios e a denunciarem qualquer conteúdo perigoso que encontrarem. Especialistas indicam que o acompanhamento dos pais sobre o que os jovens acessam e o tempo que passam online é crucial. Além dos desafios virais, há também comunidades que incentivam comportamentos prejudiciais e crimes sexuais.
Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, intitulada Tik Kids Online Brasil 2024, revelou dados alarmantes: cerca de 30% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos relataram já ter enfrentado situações de discriminação e ofensas. Além disso, 20% dos entrevistados afirmaram que gostariam de passar menos tempo nas redes sociais, mas sentem dificuldades em fazer isso.
Para proteger os jovens no ambiente digital, algumas orientações podem ser seguidas:
– Manter um diálogo aberto e constante, incentivando as crianças a compartilharem suas experiências.
– Estar atento a possíveis mudanças de comportamento e humor dos jovens.
– Ensinar sobre autodefesa digital, incluindo a configuração de privacidade, a desconfiança em relação a estranhos e a importância de denunciar abusos.
– Observar com naturalidade os conteúdos que estão sendo acessados.
– Garantir que os jovens não fiquem isolados enquanto utilizam as redes sociais.
– Utilizar filtros de internet; algumas instituições de ensino já restringem o acesso a redes sociais, por exemplo.
– Definir horários e limites para o uso da internet.