O Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, mencionou que as recentes ações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que incluem a imposição de tarifas sobre produtos importados de vários países, podem oferecer algumas vantagens ao Brasil. Em uma entrevista, Teixeira expressou que, embora critique o protecionismo adotado pelos EUA, considera que o Brasil possui potencial para expandir seu mercado e aumentar a industrialização em resposta a essas tarifas.
Teixeira indicou que o enfoque adotado por Trump poderia ser uma oportunidade para o Brasil, especialmente devido à sua produção abundante de alimentos que são valorizados mundialmente. Além disso, há uma chance de atrair empresas para o território brasileiro. Ele destacou que, apesar de discordar das políticas protecionistas que rompem com os princípios do multilateralismo estabelecidos após a Segunda Guerra Mundial, é crucial que o Brasil aproveite o contexto atual para reforçar sua industrialização.
O governo dos EUA já aplicou uma taxa de 10% sobre todos os produtos brasileiros, além de uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O ministro expressou apoio à utilização da lei de reciprocidade, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional, que autoriza o aumento de impostos sobre produtos de outros países quando necessário. Contudo, ele ressaltou que o enfoque atual deve ser o diálogo.
Teixeira mencionou ainda que a ascensão de Trump ao poder teve um impacto significativo na cotação do dólar, o que gerou um aumento nos preços dos alimentos no Brasil. Esse fator tem sido apontado como um dos principais motivos para a insatisfação com o governo federal, segundo pesquisas. No entanto, ele acredita que a situação deve começar a se reverter com a valorização da moeda, as condições climáticas favoráveis para a safra e as ações do governo voltadas para a redução de preços.
O ministro também abordou a reforma agrária e a relação com o MST durante a iniciativa conhecida como Abril Vermelho, que consiste em ocupações para reivindicar terras. Adicionalmente, mencionou um projeto do ministério voltado ao reflorestamento para a COP30, assim como a disputa interna no partido para a escolha do novo presidente.