16 abril 2025
HomeInternacionalJuíza Afirma que Não Há Evidências de Tentativa de Trump de Repatriar...

Juíza Afirma que Não Há Evidências de Tentativa de Trump de Repatriar Deportados

Uma juíza dos Estados Unidos declarou nesta terça-feira (15) que não existem provas de que a administração Trump tenha se esforçado para assegurar o retorno de um homem deportado ilegalmente para El Salvador. No entanto, a juíza decidiu que, por enquanto, não considerará o governo em desacato ao tribunal. Durante uma audiência destinada a discutir as próximas etapas relacionadas àquilo que foi qualificado como uma falha do governo Trump em informá-la acerca dos esforços para repatriar Kilmar Abrego Garcia, a juíza distrital Paula Xinis afirmou que o governo não forneceu informações relevantes sobre quaisquer ações que teria tomado.

A juíza enfatizou que não aceitará que questões políticas ou encenações midiáticas interfiram no andamento do caso. Ela ressaltou que, até o momento, os registros demonstram que não houve progresso na matéria. Xinis ordenou que a administração Trump fornecesse documentos e que autoridades realizassem depoimentos sob juramento até o dia 23 de abril para detalhar as medidas adotadas em relação ao retorno de Abrego Garcia. Este caso é apenas um entre vários que levantam preocupações, especialmente entre parlamentares do partido Democrata e analistas jurídicos, sobre uma possível disposição do governo de Donald Trump em desrespeitar o Judiciário, que é um dos poderes independentes e iguais ao Executivo.

Por outro lado, a administração Trump tem afirmado que o Judiciário estaria ultrapassando seus limites e interferindo na capacidade do Executivo de gerir a política externa. Antes da audiência, manifestantes se reuniram em frente ao tribunal, clamando pelo retorno de Kilmar, enquanto a esposa dele, Jennifer Vasquez Sura, apelava aos governos dos Estados Unidos e de El Salvador para que facilitassem o retorno de seu marido. Vasquez Sura expressou seu desespero, pedindo que ambas as administrações deixassem de lado os “jogos políticos” que afetam a vida de Kilmar.

Na reunião realizada na Casa Branca na segunda-feira (14), o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou a repórteres que não tinha autoridade para devolver Kilmar Abrego Garcia aos Estados Unidos. Ele descreveu a pergunta como “absurda”, questionando como poderia contrabandear alguém considerado um “terrorista”. Durante a audiência, um advogado do governo, Drew Ensign, referiu-se aos comentários de Bukele, afirmando que determinar a postura do governo salvadorenho era crucial para cumprir a ordem da juíza Xinis.

Drew Ensign argumentou que a administração interpretou a ordem da juíza como uma obrigação de remover quaisquer obstáculos para o retorno de Abrego Garcia ao país. De acordo com ele, essa interpretação foi apresentada ao tribunal em uma declaração oficial, que indicava que, caso Abrego Garcia chegasse a um porto de entrada ou a uma embaixada dos EUA, ele teria permissão para entrar no país, mas seria imediatamente detido novamente. A juíza Xinis respondeu à interpretação dele, afirmando que o entendimento do termo “facilitar” contraria o “significado claro da palavra”.

O senador Chris Van Hollen, do estado de Maryland e membro do partido Democrata, manifestou em um comunicado que, caso Abrego Garcia não retorne ao país “até o meio da semana”, ele se dirigirá a El Salvador para discutir pessoalmente sua libertação. No dia 4 de abril, a juíza Xinis havia ordenado que a administração “facilitasse e efetivasse” o retorno de Abrego Garcia, que está preso em uma penitenciária de máxima segurança em El Salvador, nomeada Centro de Confinamento do Terrorismo, ou CECOT. Na semana passada, a Suprema Corte dos EUA decidiu manter a ordem judicial após um recurso da administração Trump, mas observou que o termo “efetivar” era vago e poderia exceder a autoridade do tribunal. Em resposta, a juíza Xinis determinou que a administração Trump apresentasse um cronograma para o retorno de Kilmar Abrego Garcia aos Estados Unidos. A administração de Trump declarou que traria o homem de volta caso a Suprema Corte emitisse uma ordem direta nesse sentido.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!