18 abril 2025
HomeInternacionalDesafios de Noboa na Assembleia do Equador e o Papel Estratégico de...

Desafios de Noboa na Assembleia do Equador e o Papel Estratégico de Sua Mãe

O presidente do Equador, Daniel Noboa, reeleito com uma margem surpreendente, enfrentará desafios significativos para aprovar legislações na Assembleia Nacional, que está dividida e onde sua oposição se aproxima da maioria. A solução potencial para essa situação pode estar em sua mãe, Annabella Azín, médica e parlamentar, que foi eleita para a Assembleia com o maior número de votos em fevereiro, tornando-se candidata à presidência da Casa para o início da nova legislatura em 14 de maio.

Os parlamentares do partido Ação Democrática Nacional, de Noboa, apoiam a candidatura de Azín para liderar a Assembleia, e ela já manifestou disposição para assumir essa função. Azín é uma figura conhecida no país, tendo trabalhado por décadas na iniciativa filantrópica da família Noboa, a Cruzada para uma Nova Humanidade, que oferece assistência médica e medicamentos gratuitos em áreas menos favorecidas. O pai de Noboa, Álvaro Noboa, é um empresário renomado que tentou a presidência cinco vezes e expandiu seu império comercial para além da exportação de bananas.

Ter um aliado próximo à frente da Assembleia pode ser crucial para Noboa, pois facilitaria a aprovação de legislações voltadas para segurança e atração de investimentos no setor de petróleo, entre outras prioridades. O partido de Noboa possui 66 cadeiras, e dois de seus parlamentares indicaram que estão em negociações com partidos menores, o que poderia resultar em mais três vagas. O partido Revolução dos Cidadãos, de orientação socialista, tem 67 cadeiras e fez um acordo de coalizão com o partido indígena Pachakutik, com nove representantes, ficando a uma cadeira da maioria entre os 151 parlamentares.

Contudo, a situação política no Revolução dos Cidadãos pode ser instável, especialmente após a derrota de sua candidata presidencial, Luisa González. Mesmo com o pedido de recontagem de votos por parte dela, muitos líderes do partido e observadores externos já reconheceram a vitória de Noboa. A possibilidade de Azín presidir a Assembleia é vista por alguns analistas como um complicador para Noboa. A percepção de que o filho e a mãe ocupam cargos de liderança em ramos diferentes do governo pode levantar questões sobre a democracia e o funcionamento da Assembleia.

Além disso, Azín pode considerar evitar a candidatura para não enfrentar acusações de falta de imparcialidade. Mesmo assim, a tendência é que o partido de Noboa consiga garantir a presidência da Assembleia, enquanto seus rivais socialistas precisarão planejar cuidadosamente sua estratégia de oposição. Se Azín for escolhida, ela terá o papel ceremonial de colocar a faixa presidencial em seu filho na posse do dia 24 de maio.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!