19 abril 2025
HomeTecnologia7 Pioneiras Femininas por Trás das Startups de IA Mais Inovadoras

7 Pioneiras Femininas por Trás das Startups de IA Mais Inovadoras

Nascida na Albânia, Mira Murati liderou o desenvolvimento do ChatGPT e, atualmente, é fundadora da startup Thinking Machine Labs, que figura entre as 50 startups de inteligência artificial mais promissoras do mundo, conforme a lista Forbes AI 50 de 2025. Publicada recentemente, essa lista evidencia os locais onde investimentos significativos estão sendo feitos e as inovações que estão moldando o futuro da tecnologia.

Um aspecto notável dessa lista é a predominância masculina entre os fundadores, revelando que, apesar da celebração de 50 empresas, apenas sete delas têm mulheres como fundadoras. Dentre essas, cinco são oriundas de outros países, enfrentando não apenas os desafios do setor tecnológico, mas também os relacionados à imigração ao se estabelecerem nos Estados Unidos.

Essas fundadoras se destacam em um espaço onde a participação feminina no fundadorismo tecnológico é surpreendentemente baixa, recebendo menos de 2% do capital de risco disponível. A dificuldade para conseguir investimentos é um fator crítico em um setor repleto de desafios, onde as chamadas “equipes fundadoras” geralmente apresentam um perfil homogêneo e tradicional.

Entre as fundadoras notáveis estão Lin Qiao, cofundadora e CEO da Fireworks AI, que arrecadou US$ 52 milhões em menos de dois anos e foi avaliada em US$ 552 milhões. Seu trabalho contribui para expandir os limites da inteligência artificial generativa. Fei-Fei Li, muitas vezes chamada de “madrinha da IA”, fundou a World Labs e é reconhecida por suas contribuições para uma inteligência artificial ética e centrada no ser humano.

Mira Murati, que se destacou no desenvolvimento do ChatGPT e na liderança temporária da OpenAI, criou a Thinking Machine Labs, com projeções de levantar US$ 1 bilhão e uma avaliação estimada de US$ 9 bilhões, buscando desenvolver uma IA que não apenas responde, mas ajuda os usuários a interpretarem suas respostas.

May Habib, cofundadora da Writer, tem liderado sua empresa de inteligência artificial generativa, voltada para o mercado corporativo, levantando mais de US$ 300 milhões em investimentos. Além dela, as cofundadoras Demi Guo e Chenlin Meng estão à frente da Pika, uma startup inovadora na geração de vídeos.

Essas mulheres, ao conquistar a confiança de investidores em um mercado predominantemente masculino, demonstraram uma determinação notável. Elas recrutaram talentos técnicos e formaram parcerias, moldando tecnologias que têm o potencial de transformar indústrias inteiras, desafiando o status quo que favorece trajetórias mais convencionais.

Além de cinco imigrantes já mencionadas, duas mulheres americanas, Daniela Amodei e Lucy Guo, também se destacam por suas contribuições significativas no setor de IA. Amodei é cofundadora da Anthropic e já foi avaliada em US$ 61,5 bilhões. Guo, por sua vez, cofundou a Scale AI e a Passes, levantando investimentos substanciais nos dois empreendimentos.

Entretanto, os investimentos em startups de IA fundadas por mulheres diminuíram em 2023, o que não indica uma mudança estruturada na indústria, mas sim ressalta a excepcionalidade dessas mulheres. A tradicional concentração de capital e reconhecimento ainda favorece fundadores homens brancos com trajetórias semelhantes.

A alocação de recursos em tecnologia em geral ultrapassou US$ 100 bilhões em 2024, mas a lacuna de gênero em investimentos em IA reflete uma questão preocupante que vai além da equidade. Isso representa uma perda significativa de potencial em um dos momentos mais transformadores da tecnologia.

Sistemas de inteligência artificial reproduzem as experiências e visões de seus criadores. Quando tendem a ser homogêneos, o resultado é um viés que pode se transformar em exclusão. As fundadoras citadas trazem uma nova perspectiva, enfatizando uma abordagem que não se limita a desenvolver sistemas mais inteligentes, mas que busca uma representação mais diversificada da experiência humana.

A lista Forbes AI 50 deste ano reflete que o talento não tem fronteiras, mas as oportunidades ainda são limitadas. As fundadoras mencionadas têm mostrado que é possível elevar vozes diversas e desafiadoras em um campo que frequentemente privilegia o arquetípico fundador do Vale do Silício, indicando que o futuro mais promissor da IA pode emergir de perspectivas até então sub-representadas.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!