O jogador do Flamengo, Bruno Henrique, foi indiciado pela Polícia Federal em relação a um suposto esquema de apostas esportivas irregulares vinculado ao jogo entre Flamengo e Santos, realizado em 2023. Em novembro de 2024, um ano após o confronto do Campeonato Brasileiro, Bruno Henrique tornou-se um dos alvos da operação “Spot-fixing”, destinada a examinar possíveis fraudes. À época, o jogador se manifestou, afirmando sua inocência: “Sim (sou inocente). Recebi (a operação) de uma forma agressiva”, declarou o atacante.
Na segunda-feira, 14 de novembro, a Polícia Federal formalizou o indiciamento do jogador, bem como do seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, e mais oito indivíduos, por fraude em competição esportiva. No dia 1º de novembro de 2023, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo considerado suspeito. As investigações revelaram uma troca de mensagens entre o jogador e seu irmão, discutindo a possibilidade de que tal cartão seria o terceiro dele, resultando em uma suspensão automática. O cartão também foi o segundo recebido por Bruno na partida, que resultou em sua expulsão devido a reclamações. Casas de apostas alertaram sobre movimentações suspeitas referentes ao cartão amarelo do jogador, levando as autoridades a crerem que os envolvidos pretendiam apostar na ocorrência do evento e lucrar com isso.
Bruno Henrique reiterou sua crença em sua inocência durante entrevista à SporTV. “Sim (sou inocente). Recebi (a operação) de uma forma agressiva. Não esperava da forma que foi, mas eu acredito na justiça lá de cima. Deus é um cara que sempre sabe”, afirmou. Até o momento, após o indiciamento, o jogador não se pronunciou publicamente.
A operação “Spot-fixing” começou quando a Polícia Federal recebeu alertas de casas de apostas sobre um número incomum de apostas relacionadas a sancões ao jogador. Durante as investigações, foram descobertas mensagens entre Bruno Henriques e seu irmão, que mencionavam a possibilidade de receber um cartão amarelo no jogo. Os agentes identificaram indícios de um esquema envolvendo múltiplas pessoas em fraudes esportivas. O inquérito foi enviado ao Ministério Público do Distrito Federal, que determinará se uma denúncia será formalizada.
Cerca de um ano após o jogo, a Polícia Federal, em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal, deflagrou a operação “Spot-fixing”. Foram realizados 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em quatro cidades de Minas Gerais, incluindo Belo Horizonte, cidade natal do jogador. A operação contou com a participação de mais de 50 agentes e seis promotores. Durante as buscas, celulares, computadores e outros documentos foram confiscados.
Após o avanço da investigação, o Ministério Público do Distrito Federal manifestou interesse em ouvir Bruno Henrique para a conclusão do inquérito. Os promotores ressaltaram que o atleta teria agido de forma intencional para receber o cartão amarelo, permitindo que seus familiares lucrassem com as apostas. Nesse ponto da investigação, já havia sido identificado o diálogo entre o jogador e o irmão sobre a potencial punição. Ao final da apuração, a Polícia Federal indiciou Bruno Henrique por fraude em competição esportiva, e o relatório foi enviado ao Ministério Público para avaliação quanto à apresentação de uma denúncia formal na Justiça. A investigação sugere que a obtenção do cartão amarelo foi premeditada, e que familiares do atleta estavam cientes das intenções.
O Flamengo, em nota divulgada após a confirmação do indiciamento, declarou que “não foi comunicado oficialmente por qualquer autoridade pública acerca dos fatos que vêm sendo noticiados pela imprensa sobre o atleta Bruno Henrique.” O clube reafirmou seu compromisso com o cumprimento das normas de fair play esportivo, enquanto defende também o princípio da presunção de inocência e o devido processo legal, destacando a importância do contraditório e da ampla defesa dentro do Estado democrático de direito.
