Aproximando-se de três meses da disputa que se anuncia como uma das mais intensas da história do Partido dos Trabalhadores (PT), membros da legenda já estão fazendo previsões sobre a possibilidade de um segundo turno nas eleições internas para a nova liderança do partido. A cúpula do PT abordou essa questão em reunião realizada no último final de semana, levando em consideração o avanço da candidatura de Rui Falcão, que foi oficialmente apresentada na semana em questão. A análise sugere que, caso haja um segundo turno, o deputado federal e ex-presidente do partido pode ter boas chances de enfrentar Edinho Silva, a opção preferida de Lula para a presidência.
Rui Falcão, que faz parte da corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil”, junto com Lula e o ex-ministro José Dirceu, enfatizou em carta dirigida à militância petista que sua candidatura é “essencial” para preparar o partido para as próximas eleições de 2026. No mesmo comunicado, Falcão ressaltou a importância de firmar alianças internas enquanto busca preservar a identidade do PT. Ele argumentou que as alianças são vitais para garantir o êxito na implementação do programa do partido, mas alertou contra compromissos que possam comprometer a essência ou o interesse da base social do partido.
De acordo com relatos de petistas à mídia, a união de tendências dissidentes dentro do partido já começou a ser discutida, o que poderia enfraquecer a candidatura de Edinho Silva. Valter Pomar, que também é um dos candidatos e dirigente petista, lembrou que um movimento autorizado e raro já ocorreu em 1993, quando diversas correntes se uniram para formar uma chapa alternativa. Na oportunidade, durante o oitavo encontro nacional do PT, uma aliança conhecida como Opção de Esquerda foi formada, competindo com outra chapa chamada “Na Luta PT”, que também representava a esquerda. Ele recorda que, nesse contexto, Lula fora nomeado presidente da chapa, e Rui Falcão assumiu o cargo de vice.
Além de Edinho Silva e Rui Falcão, outros três candidatos manifestaram interesse na liderança do PT: Valter Pomar, Romênio Pereira e Washington Quaquá. O primeiro turno da eleição interna está agendado para o dia 6 de julho, enquanto um possível segundo turno ocorrerá em 20 de julho.