O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira (23) seu desejo de se reunir em breve com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, a fim de pôr fim ao conflito de quase três anos na Ucrânia, lamentando o que chamou de uma enorme perda de vidas. Durante sua campanha presidencial, Trump afirmou repetidamente que, caso assumisse o cargo, buscaria um acordo entre Ucrânia e Rússia rapidamente. No entanto, seus consultores agora reconhecem que a resolução da guerra pode levar meses. “Eu realmente gostaria de me encontrar com o presidente Putin em breve para encerrar essa guerra”, comentou Trump em uma videoconferência durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, após retornar à Casa Branca na segunda-feira (20).
Trump expressou a esperança de que a China possa ajudar a resolver o conflito russo, e ressaltou a expectativa de que os países da OTAN aumentem seus gastos em defesa. Ele também mencionou que as tentativas de negociação entre os EUA e Rússia estão “esperançosamente” avançando, embora não tenha fornecido detalhes adicionais. O ex-presidente enfatizou que sua preocupação com o fim da guerra não se baseia apenas em aspectos econômicos, mas nas vidas que estão sendo perdidas, referindo-se à situação como uma verdadeira carnificina que precisa ser interrompida.
A invasão russa à Ucrânia começou em fevereiro de 2022, com incursões por três frentes: a partir da Rússia, da Crimeia e de Belarus, um forte aliado do Kremlin. Nos primeiros dias do conflito, as forças leais a Putin conseguiram importantes avanços, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, mesmo com a cidade sendo alvo de ataques. A invasão foi amplamente condenada internacionalmente, levando o Kremlin a sofrer sanções econômicas severas. Até outubro de 2024, após milhares de mortes, a guerra na Ucrânia atingiu o que especialistas consideram um de seus momentos mais críticos.
As tensões aumentaram recentemente quando Putin ordenou o uso de um míssil hipersônico durante um ataque em solo ucraniano, embora o projétil tenha sido equipado com ogivas convencionais, ele também pode carregar material nuclear. O lançamento ocorreu após a Ucrânia realizar uma ofensiva em território russo com armas fornecidas por potências ocidentais. Informações de inteligência ocidental afirmam que tropas da Coreia do Norte estão envolvidas no conflito. Tanto Moscou quanto Pyongyang não negaram nem confirmaram essa informação.
O presidente Putin, que trocou seu ministro da Defesa em maio, garantiu que as forças russas estão avançando de maneira mais eficaz e que a Rússia cumprirá todos os seus objetivos na Ucrânia, embora não tenha detalhado quais seriam esses objetivos. Em contrapartida, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que os principais objetivos de Putin são a ocupação total da região de Donbass e a retirada das tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, que estão sob controle ucraniano desde agosto.
