O futebol brasileiro tem se mostrado um ambiente desafiador para treinadores. No dia 17, o Corinthians anunciou a demissão do técnico argentino Ramon Díaz, tornando-se o quarto treinador a perder o cargo nas quatro primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro. Antes de Díaz, os técnicos Mano Menezes (Fluminense), Pedro Caixinha (Santos) e Gustavo Quinteros (Grêmio) também foram dispensados.
A derrota do Corinthians por 2 a 0 para o Fluminense, em jogo realizado na NeoQuímica Arena, foi a gota d’água para a demissão de Díaz e de seu filho Emiliano, que atuava como assistente. No jogo anterior, a equipe já havia sido derrotada por 2 a 0 pelo Palmeiras. Após a partida contra o Fluminense, o atacante Memphis Depay comentou sobre a situação do time e, indiretamente, criticou a comissão técnica, afirmando que a equipe precisa assumir a responsabilidade e identificar áreas para melhoria. Ele destacou que é necessário analisar criticamente o desempenho do clube e que não se pode reduzir as falhas a uma falta de esforço físico, enfatizando a importância da inteligência tática no futebol.
A mensagem de Depay foi clara: a falta de desempenho da equipe refletem uma ineficácia na abordagem tática do treinador e de sua equipe. Após duas derrotas consecutivas, muitos torcedores do Corinthians demonstraram seu apoio à decisão de demitir Díaz. Entretanto, há um consenso sobre a possível precipitação nas mudanças constantes de comando. Díaz, apesar de não ter conseguido implementar um padrão claro de jogo, havia obtido uma sequência impressionante de vitórias no final do campeonato do ano passado, que levou o time à fase de pré-Libertadores. Embora o time tenha sido eliminado de forma decepcionante por um rival, ainda assim conquistou o Campeonato Paulista, um feito significativo, especialmente contra um rival histórico como o Palmeiras, o que representava uma chance de estabilidade no cargo.
Contudo, apenas 21 dias após a conquista, Ramón Díaz foi afastado. O nome que surge como favorito para substituí-lo é Dorival Jr., que recentemente foi demitido da seleção brasileira. Este ciclo de demissões no futebol brasileiro reflete a natureza competitiva e, muitas vezes, implacável do esporte no país.