Quatro milhões de encomendas são entregues diariamente em residências nos Estados Unidos, com a Shein, uma das principais plataformas de comércio eletrônico, liderando o mercado. Outras empresas como Temu e diferentes lojas de e-commerce também são participantes significativas desse crescimento. As recentes medidas adotadas, incluindo o fim da isenção de compras internacionais até 800 dólares e a imposição de uma tarifa de 145% sobre produtos chineses, podem influenciar consideravelmente o acesso a essas mercadorias, o que já ocorreu anteriormente no Brasil.
Os Estados Unidos representam o maior mercado para a Shein, consumindo 39,73% dos produtos da empresa, que geralmente são roupas com preços abaixo de vinte dólares. Esse modelo reitera o conceito de fast fashion, onde a Shein publica até dois mil novos itens diariamente, totalizando cerca de 360 milhões de produtos vendidos anualmente. O Brasil é o segundo maior mercado, com 12,80% de participação, levantando preocupações entre fornecedores europeus sobre a concorrência de grandes marcas chinesas, que poderiam direcionar sua influência através de influenciadores digitais.
A Shein introduz aproximadamente 300 mil produtos anualmente, abrangendo roupas e cosméticos, enquanto competidores como a H&M, forte no mercado europeu, lançam apenas 4,5 mil itens. A Shein opera com nove marcas distintas, incluindo uma voltada para animais de estimação, o que torna a concorrência bastante desafiadora. Com as mudanças nas tarifas, a Amazon também está buscando expandir suas linhas de moda acessível, enquanto a Shein, que registra 230 milhões de acessos mensais em seu site, continua a subestimar a concorrência, incluindo Nike e Zara.
A Shein ocasionalmente estabelece lojas temporárias, parte de sua estratégia para maximizar a presença no mercado. Seu fundador, Christopher Wu, de 40 anos, transferiu a sede da empresa para Singapura e investiu em centros de distribuição nos Estados Unidos, antecipando conflitos comerciais, embora o preço médio de 9 dólares por produto possa ser afetado por essas novas tarifas.
Ambas as empresas, Shein e Temu, buscam distanciar-se da imagem de produtos chineses de baixo custo, frequentemente associada a condições de trabalho problemáticas. Elas também refutam reivindicações de pequenos criadores que alegam que suas criações são copiadas em produções em massa, argumentando que utilizam equipes de design e inteligência artificial para testar produtos antes de sua produção em larga escala.
Durante a pandemia, negócios como a Shein experimentaram um crescimento significativo, conquistando uma clientela jovem que, em muitos casos, nunca frequentou lojas físicas. A implementação de novas regras fiscais poderá impactar o forte crescimento desse setor, afetando também o Brasil. As disparidades tributárias entre comércio eletrônico e lojas físicas geram insatisfação, especialmente diante das atualizações que visam reduzir a competitividade da Shein, com impostos aumentando gradualmente até atingir 90% do valor de compras internacionais.
A insatisfação entre as jovens consumidoras, que compram em plataformas como a Shein, pode aumentar, especialmente dentro de contextos familiares onde essas empresas fornecem uma ampla gama de opções de moda acessível. A partir do dia 25 do mês, a expectativa é que os preços comecem a aumentar.