19 abril 2025
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Fogo de Chão Revoluciona a Churrascaria Brasileira e Se Prepara para Novo IPO

A última década foi marcada por transformações significativas para a Fogo de Chão. Em abril de 2015, a empresa foi listada na Nasdaq após ser adquirida pelo fundo Thomas H. Lee Partners. No entanto, em 2018, a rede de churrascarias deixou a bolsa americana após ser comprada pelo private equity Rhône Capital. Atualmente, sob a gestão da Bain Capital, a Fogo de Chão não descarta a possibilidade de realizar um novo IPO.

A perspectiva de retornar ao mercado de ações na segunda maior bolsa de valores do mundo é respaldada pela expansão global da marca nos últimos anos. Desde a recuperação pós-pandemia, a Fogo de Chão tem registrado um crescimento médio anual de aproximadamente 15%. Entre 2023 e o ano atual, a empresa inaugurou 28 novas unidades em várias partes do mundo, com planos para adicionar de 30 a 35 novas lojas, tanto próprias quanto franqueadas, até 2025. O investimento em cada nova unidade varia entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.

Até o momento, a política tarifária do governo de Donald Trump não deve impactar os planos da empresa, de acordo com declarações de Paulo Antunes, country manager Brasil da Fogo de Chão, que considera prematuro avaliar quaisquer consequências. Se os planos forem executados conforme o esperado, a marca poderá alcançar um faturamento de em torno de US$ 1 bilhão ao final de 2025, representando um aumento significativo de 45% a 50% em relação aos números do ano anterior.

Fundada há 46 anos em Porto Alegre, a Fogo de Chão preserva apenas o nome e a tradição do churrasco brasileiro. Dos 104 restaurantes que possui no mundo, 72 estão localizados nos Estados Unidos, com o primeiro inaugurado em 1997, no Texas. Até o final de 2025, estão planejadas 15 novas aberturas no território americano.

No Brasil, a expansão será mais gradual. Em fevereiro, foi inaugurado um restaurante em Alphaville, no grande São Paulo, sendo esta a nona unidade da rede no país. Para 2026, também está prevista a abertura de uma nova unidade no Rio de Janeiro, e Brasília, um mercado forte para a churrascaria, está nos planos de expansão. Todas as unidades no Brasil e nos Estados Unidos são de propriedade da empresa.

Em outras regiões, a Fogo de Chão opera por meio do sistema de franchising. Até o final do ano, a previsão é de abertura de 15 a 20 novas lojas em países ainda não explorados, como Filipinas, Turquia, Honduras, Costa Rica, El Salvador, Peru e Chile. A presença atual da empresa inclui mercados na Bolívia, México, Equador, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

A expansão da marca não se limita apenas à geografia, mas também à sua filosofia. Com o intuito de reter clientes antigos e atrair novos, a Fogo de Chão está se afastando do tradicional modelo de rodízio e revisitando o conceito de “churrascaria brasileira”. A nova abordagem promove uma diversidade de experiências dentro dos restaurantes, que agora oferecem mais opções além do rodízio.

Diversificar o cardápio é uma das estratégias implementadas, com a inclusão de serviços à la carte que oferecem desde hambúrgueres até cortes mais sofisticados, como wagyu e tomahawk. A possibilidade de apenas consumir coquetéis e petiscos também foi introduzida.

Além das novas experiências no ambiente dos restaurantes, a Fogo de Chão começou a organizar eventos privados através de sua vertical de catering e está disponível no iFood, que atualmente representa cerca de 6% do faturamento da empresa no Brasil. Essas alterações contribuíram para um aumento na frequência de clientes, atraindo-os para as unidades em horários distintos, algo que não ocorria anteriormente. Estima-se que novos modelos de consumo estejam sendo utilizados por 20% da clientela, e essa porcentagem continua a aumentar.

Mudanças têm sido uma constante na trajetória da Fogo de Chão, que começou a se afastar de seus fundadores, os irmãos Arri e Jair Coser, quando a GP Investments adquiriu a empresa em duas etapas, em 2006 e 2011, por US$ 159 milhões. Quando o fundo Thomas H. Lee assumiu, no ano seguinte, a marca já era avaliada em US$ 400 milhões, e no IPO, captou US$ 88 milhões.

Em fevereiro de 2018, o Rhône Capital investiu US$ 560 milhões para retirar a empresa da Nasdaq. No final de 2021, houve discussões sobre a possibilidade de retornar à bolsa, mas o plano foi interrompido devido a condições adversas no mercado de capitais. Em 2023, a Bain Capital passou a controlar a Fogo de Chão, em um negócio avaliado em US$ 1,1 bilhão, incluindo dívidas, e está agora interessada em um possível IPO em Nova York.

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