O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, revogou mais de mil vistos de estudantes e recém-formados em pelo menos 130 instituições de ensino superior. Essas revogações fazem parte da política de imigração implementada pela administração atual. O resultado dessas ações deixou universidades em 40 estados sem explicações claras, o que gerou incerteza entre os estudantes afetados.
Informações do Sistema de Informações de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVIS), que é utilizado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) para o monitoramento de estudantes estrangeiros, revelam que os cancelamentos ocorreram sem aviso prévio. Instituições de ensino notificaram ter tomado conhecimento das revogações exclusivamente através do sistema SEVIS, e não houve justificativas apresentadas pelo governo a essas universidades. Além disso, ainda não está claro se todos os alunos que tiveram seus vistos cancelados precisam deixar o país imediatamente ou se podem permanecer para continuar seus estudos.
Um processo judicial foi iniciado no Tribunal Distrital dos EUA no Norte da Geórgia, na cidade de Atlanta, contestando as revogações e buscando restaurar os status legais dos estudantes afetados. A ação legal, apresentada recentemente, envolve 133 estudantes de várias nacionalidades, incluindo Índia, China, Colômbia, México e Japão.
Os advogados responsáveis pela ação alegam que o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) encerrou o status legal dos estudantes de maneira abrupta e ilegal, o que os impede de continuar seus estudos, manter empregos nos Estados Unidos e os expõe ao risco de prisão, detenção e deportação. No final do mês passado, o Secretário de Estado norte-americano fez declarações justificando as revogações, citando comportamentos considerados inadequados, como a participação em protestos, afirmando que tais ações não seriam toleradas.