O juiz conservador da Suprema Corte dos Estados Unidos, Samuel A. Alito Jr, expressou sua discordância em relação à decisão do tribunal que bloqueou o governo Trump de utilizar uma legislação de guerra para deportar imigrantes venezuelanos. Esta posição foi acompanhada pelo juiz Clarence Thomas.
No voto divergente, Alito argumentou que a decisão apressada não era necessária nem apropriada. Ele afirmou que, em sua opinião, o tribunal agiu de forma extremamente rápida, concedendo uma medida inédita que apresentava questões legais questionáveis. Alito criticou o fato de que a corte não permite que tribunais inferiores se manifestem, não ouve a parte contrária e toma uma decisão em apenas oito horas após o pedido, sem uma base factual clara ou explicação para a ordem emitida.
A decisão da Suprema Corte ocorreu de forma acelerada após apelos da União Americana pelas Liberdades Civis, que buscavam impedir a administração de Donald Trump de aplicar a “Lei de Inimigos Estrangeiros” de 1798 para deportar imigrantes venezuelanos sem o devido processo legal, com a possibilidade de que esses indivíduos fossem enviados para uma prisão em El Salvador.
A ordem emitida pelo tribunal é temporária, não possui assinatura e foi divulgada no último sábado, dia 19. Conforme o documento, o governo deve interromper as deportações enquanto o pedido de emergência está sendo analisado. Uma decisão anterior já havia estipulado que os detidos deveriam ser informados com antecedência sobre as deportações, assegurando-lhes tempo suficiente para apresentar apelações.