21 abril 2025
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Vereador Conservador Se Torna o Principal Opositor em Conflito Político

Uma crescente ofensiva conservadora tem se consolidado nas Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas em todo o Brasil. Esta movimentação abrange temas como religião, aborto, consumo de drogas, segurança pública e diversidade de gênero.

O youtuber Lucas Pavanato, de 26 anos, é uma figura proeminente nesse movimento, tendo sido eleito vereador em São Paulo em 2024 com mais de 161 mil votos, tornando-se um representante bolsonarista para outros parlamentares no país. Pavanato começou sua trajetória como um ativista de direita ligado ao Movimento Brasil Livre (MBL), que ganhou notoriedade durante os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff, utilizando estratégias que incluíam a divulgação de vídeos controversos e a propagação de desinformação.

Em sua primeira tentativa política em 2022, Pavanato concorreu pelo Partido Novo, mas não conseguiu a eleição para deputado estadual em São Paulo. Atualmente, ele apresentou 35 propostas de lei na Câmara Municipal de São Paulo, muitas delas alinhadas a uma agenda conservadora, especialmente em relação à diversidade de gênero, com quatro iniciativas focadas nesse tema. Essas propostas incluem restrições à participação de pessoas trans em concursos públicos e estabelecem o sexo biológico como único critério em competições esportivas e no acesso a espaços públicos, como banheiros.

Devido à natureza de suas propostas, Pavanato foi acusado de transfobia por organizações de direitos humanos e outros legisladores. Em suas redes sociais, ele desqualificou as críticas, afirmando que suas posições são baseadas na biologia.

Em fevereiro, a vereadora Amanda Paschoal (PSOL), que é uma mulher trans, apresentou uma queixa no Ministério Público de São Paulo contra Pavanato, acusando-o de injúria transfóbica. Durante um debate no plenário, Pavanato defendeu sua posição, afirmando que, apesar da identidade de gênero da vereadora, biologicamente ela ainda seria um homem, e tentou entregar uma bíblia como parte de sua argumentação. Pavanato é evangélico e está associado à Assembleia de Deus.

Até o momento, nenhum dos projetos de Pavanato direcionados aos direitos das pessoas trans avançou devido a questionamentos sobre sua constitucionalidade. Contudo, esse tipo de iniciativa tem o potencial de mobilizar o eleitorado conservador, o que a torna uma estratégia popular entre os legisladores de direita em várias esferas.

Embora Pavanato tenha se distanciado do MBL, o grupo ainda desempenha um papel importante na promoção da ofensiva conservadora nas cidades. Recentemente, diversos parlamentares municipais se reuniram na Câmara de São Paulo para lançar a Frente Nacional Contra o Crime Organizado, sob a liderança do MBL. Durante o evento, a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil) apresentou um conjunto de vinte projetos de lei, agrupados em três áreas de atuação: cultural, econômica e estrutural. Essas propostas visam servir de modelo para outros legisladores e incluem a concessão de bônus a policiais militares, a criminalização das ações do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a institucionalização de internação involuntária para dependentes químicos e a proibição de contratações públicas de artistas que critiquem as forças de segurança ou promovam o uso de drogas.

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