Membros da comunidade cristã de Gaza expressaram profundo pesar nesta segunda-feira (21) pela morte do papa Francisco. O papa era um defensor da paz na região e mantinha contato regular com os fiéis por telefone durante o conflito. Cristãos palestinos, libaneses e sírios de diferentes denominações, tanto católicos quanto ortodoxos, destacaram a importância do apoio constante de Francisco como uma fonte de alívio para as comunidades que enfrentam guerras e perseguições.
As missas de despedida para o papa Francisco estão programadas para ocorrer no Vaticano ainda hoje (21). O ex-presidente Barack Obama e sua esposa, Michelle, prestaram homenagens a Francisco, reconhecendo seu impacto em nível global.
George Antone, chefe do comitê de emergência da Igreja da Sagrada Família em Gaza, declarou que a comunidade perdeu um líder exemplar que ensinou a importância da coragem e da resiliência. Segundo Antone, Francisco iniciou suas ligações com a comunidade logo no começo do conflito em Gaza, em outubro de 2023, e essas conversas se tornaram uma prática frequente durante a guerra. Ele se esforçava para se comunicar não apenas com os líderes religiosos, mas também com todos os presentes na igreja.
Antone também enfatizou a conexão pessoal que Francisco cultivava com os cristãos de Gaza, lembrando que o papa frequentemente encorajava a comunidade, afirmando que estava ao seu lado e que não deveriam temer. O último contato de Francisco com a paróquia da Sagrada Família ocorreu na noite de sábado (19), onde ele expressou suas orações e bênçãos para a comunidade.
No dia seguinte, o papa fez sua última declaração pública relacionada à Páscoa, pedindo por um cessar-fogo e por ajuda ao povo em Gaza, que enfrentava dificuldades extremas.
Na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, um líder da comunidade latina expressou o desejo de que a paz chegue à região e que o próximo papa continue o trabalho de Francisco em prol da harmonia mundial. Comentários de membros da comunidade católica maronita no Líbano ressaltaram a compaixão de Francisco pelo país, especialmente durante tempos de aflição.
O papa Francisco fez diversas viagens ao Oriente Médio durante seu pontificado, incluindo uma visita ao Iraque em 2021, onde estava ciente de planos de ataques contra ele. Em seus discursos, ele frequentemente expressou sua preocupação com a situação dos cristãos na região e incentivou a ajuda internacional.
O arcebispo de Antiba, na Síria, reforçou a conexão de Francisco com o país, lembrando que ele sempre se referia à Síria de forma carinhosa e trabalhava para que a presença cristã e a comunidade eclesial fossem apoiadas durante os anos de crise.