O período que ocorre após o falecimento de um papa e antes da eleição de um novo pontífice é denominado Sé Vacante. Durante este período, o governo da Igreja Católica é administrado pelo Colégio Cardinalício, e um conclave é convocado para escolher o sucessor, a ser realizado entre 15 a 20 dias após a declaração da Sé Vacante. Os cardeais participantes do conclave são alojados em um local restrito, onde não têm permissão para se comunicarem com o exterior. As votações são organizadas por nove cardeais escolhidos por sorteio, divididos em três grupos distintos.
Na Capela Sistina, os cardeais fazem um juramento com a mão sobre o Evangelho, comprometendo-se a não revelar qualquer informação sobre o que acontece durante o conclave. A violação desse juramento resulta em excomunhão. Para eleger o novo papa, é necessário obter os votos de dois terços dos cardeais. Somente os cardeais da Igreja Católica são elegíveis para a escolha do novo líder. Atualmente, dos cardeais em atividade no mundo, oito são brasileiros, dos quais sete têm menos de 80 anos e têm direito a voto, enquanto um já ultrapassou a idade limite para votar, mas ainda pode ser eleito.
Os cardeais brasileiros com potencial para se tornarem o próximo papa são: Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo da Arquidiocese de São Paulo. Com 75 anos, é filósofo e teólogo, possuindo mestrado em Estudos Teológicos e doutorado em Teologia. É autor de obras como “Justo sofredor: uma interpretação do caminho de Jesus e do discípulo”.
O Cardeal João Braz de Aviz, arcebispo emérito da Arquidiocese de Brasília, é outro candidato. Ele atuou como prefeito do Departamento Vaticano para a Vida Consagrada por 14 anos e está prestes a completar 78 anos.
Outro nome é o Cardeal Orani João Tempesta, arcebispo da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Natural de São Paulo, ele tem 75 anos e é membro da Ordem dos Monges Cistercienses, tendo estudado Filosofia e Teologia em diversas instituições. Desde 2009, ocupa um cargo no Governo Pastoral da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
O Cardeal Sergio da Rocha, com 65 anos, é arcebispo da Arquidiocese de Salvador e possui um sólido histórico acadêmico em Teologia Moral. Ele foi reitor do Seminário Diocesano de Filosofia de São Carlos e professor em várias universidades. Em 2020, foi nomeado arcebispo de Salvador após ter exercido funções em Brasília.
O Cardeal Paulo Cezar Costa, que assumiu a Arquidiocese de Brasília em 2020, atualmente lidera a direção do INAPAZ na CNBB e é membro de importantes conselhos no Vaticano.
Por sua vez, o Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo metropolitano de Manaus, possui vasta formação acadêmica em Filosofia e Teologia e é natural de Forquilhinha, Santa Catarina, onde também concluiu seus estudos.
Já o Cardeal Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB, tem 64 anos e é conhecido por sua atuação na Ordem dos Frades Menores. Ele possui doutorado em Filosofia e ocupou diversas funções até sua nomeação como bispo auxiliar em 2010.
Por fim, o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida, já não pode votar, pois tem 88 anos. Ele foi bispo auxiliar de Brasília e arcebispo de Aparecida por mais de uma década, além de ter sido membro da Pontifícia Comissão para a América Latina.