22 abril 2025
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Energia Renovável: Impressão de Painéis Solares Inovadores para Mochilas e Celulares

Uma nova pesquisa indica que um revestimento extremamente fino, com 100 vezes menos espessura que um fio de cabelo humano, pode ser aplicado por meio de uma técnica similar à impressão em jato de tinta em diversos objetos, como mochilas, celulares ou tetos de carros, com a finalidade de capturar a energia solar. Esse desenvolvimento tem o potencial de diminuir a necessidade global por grandes fazendas solares que demandam extensas áreas de terra. Pesquisadores do departamento de física da Universidade de Oxford criaram um material ultrafino que pode ser aplicado em praticamente qualquer superfície, gerando quase o dobro da energia em comparação com os painéis solares convencionais.

A nova tecnologia surge em um momento crucial para o crescimento da energia solar, especialmente diante do aquecimento acelerado do planeta devido às mudanças climáticas induzidas pelo ser humano, o que pressiona o mundo a acelerar sua transição para fontes de energia limpa. O revestimento solar é constituído de materiais conhecidos como perovskitas, que demonstraram ser mais eficientes em absorver a energia solar quando comparados aos tradicionais painéis de silício. Isso se deve ao fato de que suas camadas projetadas para absorver luz conseguem captar uma faixa mais ampla do espectro solar, resultando em maior geração de energia.

Pesquisadores de Oxford têm obtido resultados promissores com seu revestimento, alcançando uma taxa de captura de aproximadamente 27% da energia solar, contra até 22% que os painéis solares à base de silício oferecem. Além disso, há expectativa de que, com o tempo, as perovskitas possam atingir eficácias superiores a 45%. Esse avanço é considerado significativo, pois em apenas cinco anos de pesquisa, a eficiência subiu de 6% para 27%. A aplicação dessa tecnologia poderá abranger uma variedade maior de superfícies, permitindo a geração de energia solar de baixo custo.

Com espessura de pouco mais de um mícron, o revestimento é 150 vezes mais fino que uma lâmina de silício convencional utilizada em painéis solares. Diferente dos painéis de silício, as perovskitas podem ser aplicadas em diversas superfícies, incluindo plásticos e papéis, utilizando ferramentas como impressoras jato de tinta. O mercado global de painéis solares experimentou um crescimento de 80% em 2023 em comparação ao ano anterior, segundo dados da Wood Mackenzie, uma empresa especializada em análises desse setor. A energia solar continua a ser a fonte de eletricidade que mais cresce globalmente, de acordo com o relatório de 2024 do think tank climático Ember.

Essa expansão é impulsionada pela diminuição dos custos de produção da energia solar, que se tornou mais acessível em relação a outras fontes de energia, incluindo os combustíveis fósseis. Contudo, a instalação de usinas solares em terras agrícolas pode criar conflitos entre a indústria agrícola e as empresas responsáveis por essas instalações. Os pesquisadores da Universidade de Oxford afirmam que sua nova tecnologia representa uma possível solução para esses conflitos, além de contribuir na redução dos custos de energia. No entanto, é importante ressaltar que o grupo não propõe o abandono das usinas solares existentes.

Por outro lado, um desafio persistente em relação às perovskitas é a sua estabilidade, o que tem dificultado a comercialização desta tecnologia. Alguns revestimentos testados em laboratório mostraram-se menos duráveis em comparação aos painéis solares tradicionais, levando os cientistas a focarem em aumentar sua durabilidade. O líder da equipe de pesquisa de Oxford destacou o potencial comercial do trabalho, que pode ser aplicado em diversas indústrias, como construção civil e setor automotivo. As inovações recentes em materiais e técnicas solares apresentadas nos laboratórios podem abrir caminho para o desenvolvimento de uma nova indústria voltada à geração de energia solar de forma mais sustentável e econômica.

A Oxford PV, uma empresa derivada da Universidade de Oxford, já iniciou a produção em larga escala de painéis solares de perovskita em sua unidade na Alemanha, indicando um avanço significativo na aplicação dessas tecnologias.

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