No domingo de Páscoa, 20, ocorreu um encontro entre o Papa Francisco e o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, um dia antes do anúncio do falecimento do pontífice. A reunião, que se iniciou de forma amigável, incluiu o presente de três ovos de chocolate, um para cada filho de Vance. O vice-presidente expressou sua satisfação em vê-lo em melhor estado de saúde, apesar dos problemas de saúde do Papa. Contudo, o histórico entre eles revela tensões, especialmente após as recentes críticas do Papa a medidas imigratórias promovidas por Donald Trump e Vance. No dia anterior ao encontro, Vance participou de reuniões com altos representantes do Vaticano, onde foram discutidas as consequências das deportações em massa.
Em correspondência dirigida aos bispos americanos, o Papa Francisco destacou que as deportações em massa violam a dignidade dos indivíduos. Em sua comunicação, ele fez referência à história do povo de Israel, mencionando a jornada da escravidão à liberdade, conforme narrado no Livro do Êxodo, e solicitou uma reflexão sobre o fenômeno da migração. Ele também enfatizou a dignidade inerente a cada ser humano e recorreu à família de Nazaré como modelo de emigração e refúgio, referindo-se a Jesus, Maria e José como exemplos emblemáticos para emigrantes e refugiados de todas as épocas.
Em seu discurso final, o Papa Francisco clamou por paz em Gaza e na Ucrânia, além de relatar uma lista de países e regiões que enfrentam conflitos intensos. Ele observou a crescente violência e a indiferença enfrentada por populações vulneráveis, marginalizadas e migrantes. É importante ressaltar que a visão de Vance quanto à paz difere significativamente da perspectiva de Francisco, com suas posições políticas mais alinhadas à agenda do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, cuja relação com Trump tem se fortalecido nos últimos tempos.