Na quarta-feira, 23 de outubro, o mercado financeiro brasileiro registrou uma onda de otimismo, influenciada por possíveis avanços nas negociações da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Além disso, a redução das ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de demitir o presidente do Federal Reserve (FED), contribuiu para o sentimento positivo. O índice Ibovespa encerrou o dia em alta, ultrapassando os 133 mil pontos em seu pico.
A JBS foi um dos destaques do dia, com suas ações atingindo máximas históricas. O crescimento das ações foi impulsionado pela aprovação do regulador financeiro americano para uma dupla listagem, numa assembleia convocada para discutir o plano, que analistas consideram capaz de gerar um significativo valor para a empresa. O índice Ibovespa avançou 1,34%, alcançando 132.216,07 pontos.
Em relação ao câmbio, o dólar registrou queda de 0,17%, com a cotação chegando a R$ 5,7177, o menor valor desde 4 de abril, quando a moeda estava a R$ 5,6651. Apesar dessa recente redução, a moeda americana acumulava alta de 0,19% no mês até o momento.
As expectativas de um progresso nas negociações entre os líderes de Washington e Pequim, especialmente em relação às tarifas de importação, foram fortalecidas por uma reportagem do “Wall Street Journal”. De acordo com um funcionário da Casa Branca, as tarifas dos EUA sobre produtos chineses poderiam ser reduzidas para entre 50% e 60%. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, também expressou que essas tarifas excessivas precisam ser diminuídas, embora não tenha indicado um cronograma para retomar o diálogo com a China.
As falas de Trump, que expressou disposição para se mostrar mais flexível nas negociações com Pequim e mencionou possíveis reduções nas tarifas após um acordo, ajudaram a elevar o otimismo no mercado. Recentemente, o presidente fez críticas a Jerome Powell, presidente do FED, por não ter cortado os juros, mas agora manifestou o desejo de que Powell fosse “um pouco mais ativo” na redução das taxas.
Analistas de mercado destacam que a situação com as críticas e ameaças a Powell teve um impacto significativo, e a mudança de tom de Trump é vista como um sinal positivo para a estabilidade nos mercados financeiros. No entanto, observações cautelosas sobre futuras decisões do presidente ainda são feitas, já que não se pode prever com exatidão os próximos passos.
A queda do dólar também foi impulsionada pela recuperação dos rendimentos dos Treasuries no mercado internacional, buscando acompanhar novos dados divulgados sobre a economia dos EUA. O Índice dos Gerentes de Compras (PMI) Composto, que avalia os setores industrial e de serviços, caiu para 51,2, um nível mais baixo desde dezembro do ano anterior, após ter alcançado 53,5 em março.
O PMI preliminar do setor de manufatura subiu para 50,7, enquanto o do setor de serviços recuou para 51,4, mostrando uma atividade econômica desigual. Índices acima de 50 indicam uma expansão do setor privado. Especialistas em câmbio notam que os dados do PMI industrial, que superaram as expectativas, impactaram a curva de juros nos Estados Unidos.
Entre os destaques do dia, as ações da JBS ON subiram 6,38%, após a aprovação da SEC para a dupla listagem das ações da empresa. A EMBRAER ON também teve um desempenho positivo, com uma valorização de 3,53%, devido ao aumento na sua carteira de pedidos.
Os bancos também se destacaram, com ações do Bradesco PN subindo 3,3%, seguidas por outras instituições financeiras. A pesquisa de mercado indicou que o setor de bancário se prepara para divulgação de resultados na próxima semana. Enquanto isso, a VALE ON registrou um crescimento de 1,19%, beneficiada pela alta nos futuros do minério de ferro.
Por outro lado, o desempenho da Petrobras PN foi negativo, apresentando uma queda de 1,13%, sob influência do recuo nos preços internacionais do petróleo. E ações de empresas como a Cogna ON e YDUQS ON apresentaram perdas significativas, após um período recente de valorização expressiva.
Em resumo, o mercado financeiro brasileiro mostrou reações variadas, com otimismo em relação a certas ações e setores, enquanto outros enfrentaram desafios em meio a um cenário de negociações internacionais e dados econômicos.