25 abril 2025
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Governo da Espanha desiste de adquirir munição israelense devido à pressão da esquerda radical

Yolanda Díaz, uma das principais figuras do partido Sumar, criticou a possibilidade de a Espanha realizar negócios com um governo que, segundo ela, comete atos genocidas contra o povo palestino. A afirmação ocorreu após o governo espanhol decidir cancelar um contrato no valor de 6,8 milhões de euros com a empresa israelense IMI Systems para a compra de munição. Esta decisão resultou de pressões exercidas por Díaz e outros membros de sua coalizão, que compartilham o poder com os socialistas liderados por Pedro Sánchez.

O Sumar enfrentou um desafio na terça-feira, quando o Conselho de Ministros, ignorando a objeção da esquerda radical, aprovou um plano destinado a aumentar os gastos militares da Espanha para 2% do PIB, em cumprimento às exigências da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Esse desenvolvimento foi considerado um revés para o Sumar, especialmente em função da rivalidade com o Podemos, um partido que já havia colaborado com os socialistas, mas agora está em uma posição de diminuição.

Díaz destacou que o contrato com a IMI Systems contraria o direito internacional e descreveu a situação em Gaza, marcada por operações militares israelenses, como um ato de genocídio. Ela reiterou o compromisso do Sumar com os direitos do povo palestino e enfatizou que não há relativismo na defesa dos direitos humanos. O governo de Sánchez, que fez da defesa da causa palestina um aspecto central de sua política externa, reconheceu oficialmente a Palestina como um Estado em maio, provocando um agravamento nas relações com o governo de Israel.

Na quarta-feira, fontes do Ministério do Interior informaram que o contrato com a IMI Systems ainda permanecia válido, uma vez que os serviços jurídicos do Estado aconselharam contra sua anulação por envolver possíveis pagamentos sem a entrega do material. Contudo, após a confirmação do cancelamento, fontes do governo revelaram que o Ministério Público e outros ministérios estão avaliando possíveis ações judiciais relacionadas à questão.

Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP) e principal opositor, criticou a decisão do governo, afirmando que os contratos entre Estados devem ser respeitados. Ele questionou o valor da rescisão do contrato e quem arcaria com os custos associados. No entanto, para os socialistas, o foco era resolver a controvérsia com o Sumar e manter a estabilidade governamental. Díaz declarou, antes da anulação, que considerava o contrato em questão um “contrato da vergonha”.

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