O governo da Argentina, sob a liderança de Javier Milei, firmou um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 20 bilhões de dólares. A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, declarou que o país tem demonstrado que a situação atual é diferente e ressaltou a necessidade de manter a trajetória de reformas econômicas.
Até o momento, a Argentina recebeu 12 bilhões de dólares desse empréstimo, e, ao considerar as contribuições do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, o total disponível para o país chega a 42 bilhões de dólares. Essa injeção financeira visa estabilizar a moeda nacional, o peso argentino, e continuar a redução da inflação, que caiu de 211% ao ano no final de 2023 para 55,9% em março de 2025.
Em contrapartida ao financiamento, o governo argentino suspendeu diversos controles sobre o mercado de divisas que estavam em vigor desde 2019 e introduziu um novo sistema de flutuação para a cotação do dólar, com limites que devem ser ajustados mensalmente. Georgieva destacou que o país tem caminhado de um contexto de déficit elevado para um superávit, além de melhorias nas taxas de inflação e redução da pobreza.
As reformas propostas pelo governo também têm gerado reações na população, com protestos relacionados a demissões e paralisações de obras públicas. Georgieva mencionou que seria perigoso para a Argentina implementar essas mudanças isoladamente, mas que o apoio internacional, incluindo do próprio FMI e do Banco Mundial, está presente.
Entretanto, ela alertou que há riscos associados ao plano, especialmente em relação ao ambiente econômico global, que poderia impactar negativamente a Argentina. Observou a necessidade de continuidade nas mudanças, especialmente com as eleições legislativas se aproximando. A diretora do FMI finalizou enfatizando que, apesar de não observar riscos iminentes, é fundamental que a Argentina persevere em sua trajetória reformista.
