De acordo com informações divulgadas pela assessoria de imprensa, Edy Star faleceu em decorrência de insuficiência respiratória, insuficiência renal aguda e pancreatite aguda. O cantor, que tinha 87 anos, foi internado em estado grave no Hospital Heliópolis, localizado na zona sul de São Paulo, onde morreu na madrugada do dia 25. O artista havia sido transferido para este hospital após permanecer mais de 30 horas aguardando uma vaga na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Mariana, onde estava após sofrer uma queda em sua residência na semana anterior.
Edy Star, cujo nome de nascimento era Edivaldo Souza, nasceu em Juazeiro, na Bahia, e começou sua carreira artística ainda na adolescência, participando do programa “A Hora da Criança”, na Rádio Sociedade da Bahia. Nos anos 1960, ele se mudou para o eixo Rio-São Paulo à procura de oportunidades artísticas. Durante esse período, fez parceria com Gilberto Gil na composição da toada “Procissão”, que está no repertório da atual turnê de despedida de Gil, intitulada “Tempo Rei”.
Consolidou sua popularidade ao participar do álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10”, lançado em 1971, ao lado de artistas como Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Na época, Edy Star já desafiava normas sociais, especialmente no que diz respeito à sexualidade, através de suas apresentações na Praça Mauá, no Rio de Janeiro.
Em 1974, lançou seu primeiro álbum solo, “Sweet Edy”, que continha composições inéditas de renomados artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner. A capa do álbum trazia uma imagem glam inspirada em ícones como David Bowie e Alice Cooper, e Gil compôs para ele a canção “Edith Cooper”. Edy Star se destacou como o primeiro artista do gênero no Brasil, em grande parte devido à sua participação na versão brasileira do musical “The Rocky Horror Show”. Ele foi também um dos primeiros cantores brasileiros a se assumir homossexual.
Nos anos 1990, Edy Star mudou-se para a Espanha, onde atuou no teatro e trabalhou como produtor de boates. Ao retornar ao Brasil, ele passou a ser admirado por uma nova geração. Em 2017, lançou seu segundo álbum, “Cabaré Star”, com a produção de Zeca Baleiro e Sergio Fouad. Atualmente, Edy Star promovia um projeto de financiamento coletivo para criar um álbum com músicas de Raul Seixas. Ele também utilizava as redes sociais para compartilhar fotos e recordações de sua trajetória ao lado de destacados nomes da música brasileira.
Recentemente, o historiador Ricardo Santhiago lançou a biografia “Eu Só Fiz Viver – A História Oral Desavergonhada de Edy Star”. Além disso, a vida do cantor foi tema do documentário “Antes que Me Esqueçam, Meu Nome é Edy Star”, dirigido por Fernando Moraes.