A China teria revertido, de forma discreta, as tarifas retaliatórias de 125% aplicadas a semicondutores provenientes dos Estados Unidos, conforme informações obtidas por agências de importação localizadas em Shenzhen, no sul do país. As isenções referem-se a circuitos integrados, como microchips e semicondutores, e foram comunicadas às agências de importação na quinta-feira. Em 12 de abril, o governo chinês havia aumentado as tarifas retaliatórias para 125% sobre produtos americanos, em resposta à elevação dos impostos sobre itens provenientes da China, estabelecidos pelo então presidente Donald Trump.
Nos últimos meses, o governo de Pequim tem demonstrado confiança em sua capacidade de enfrentar uma crescente guerra comercial com os Estados Unidos. No entanto, as recentes isenções indicam que o país pode estar buscando reduzir impostos sobre produtos essenciais que não consegue fabricar localmente ou obter de outras fontes. Até o momento, as autoridades chinesas não confirmaram oficialmente essas isenções, e a Administração Geral das Alfândegas, assim como a alfândega de Shenzhen, informou que não têm conhecimento das alterações.
Um gestor da Zhengnenliang Supply Chain, uma agência de importação, relatou que soube da redução das tarifas na quinta-feira durante um procedimento de desembaraço aduaneiro. Este gestor destacou que a informação só foi descobrida após apresentar a declaração de importação. A agência alfandegária local em Shenzhen parece ter notificado algumas companhias sobre a mudança, com uma empresa de cadeia de suprimentos publicando em suas redes sociais que oito códigos tarifários relacionados a semicondutores não teriam mais tarifas adicionais para importação dos EUA.
Uma funcionária de uma dessas empresas confirmou a nova política, afirmando que também recebeu notificação da alfândega local. Outra empresa de Shenzhen, a Taihang Semiconductor, que também realiza importações de chips, informou ter recebido um aviso da alfândega, mas não forneceu mais detalhes a respeito. Uma revista de negócios chinesa informou sobre as isenções, citando várias empresas de tecnologia que importam semicondutores, incluindo uma com sede em Xangai. No entanto, essa reportagem foi removida algumas horas após a publicação.