Mais de 200 mil fiéis são esperados na Praça de São Pedro neste sábado, 26, para a cerimônia de despedida do papa Francisco, falecido na segunda-feira devido a um AVC. O funeral começará às 10h (5h em Brasília) e será simplificado, conforme solicitado pelo próprio pontífice, que sempre adotou uma postura humilde. Este evento marca o primeiro dia de Novendiali, um período de nove dias de luto oficial.
O papa argentino de 88 anos inovou ao optar por ser sepultado no mesmo caixão de madeira e zinco em que foi velado, contrariando a tradição de seus antecessores, que foram colocados em caixões de cipreste, chumbo e carvalho. Após a missa, o corpo será levado a Roma, onde receberá um sepultamento.
A cerimônia fúnebre será ao ar livre, permitindo que milhares de devotos participem. A missa contará com a presença de 224 cardeais, além de 750 bispos e padres, mas seguirá um formato mais simples. Francisco, em vida, afirmou que os papas devem ser sepultados como qualquer membro da Igreja, enfatizando uma despedida digna, mas não excessivamente grandiosa.
Às 10h (5h em Brasília), o cardeal Giovanni Battista Re iniciará a Missa das Exéquias, com o caixão lacrado colocado diante do altar externo da Basílica. Durante a liturgia, serão lidos textos bíblicos, incluindo o Salmo 23, e o cardeal também fará menção às realizações do papa.
Durante seu papado, Francisco destacou-se por acolher grupos marginalizados, promover a paz e buscar soluções para conflitos, incluindo as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. Ele mantinha contatos frequentes com palestinos durante períodos de hospitalização, demonstrando seu comprometimento.
No final da cerimônia, o cardeal Re realizará a oração Ultima Commendatio et Valedictio, seguida por orações de intercessão pela alma de Francisco, durante as quais o público assistente também abençoará o caixão com incenso. O corpo será então transferido para o interior da Basílica de São Pedro antes de seguir para seu local de sepultamento em Roma.
Francisco optou pelo sepultamento na Basílica de Santa Maria Maggiore, um local significativo próximo à estação Termini, e não no Vaticano, onde 23 papas anteriores estão enterrados. Essa escolha possui um simbolismo importante, pois a basílica abriga a imagem da Salus Populi Romani, à qual o papa costumava rezar após sua eleição.
O percurso até a Basílica de Santa Maria Maggiore tem 4,4 km e passará por locais históricos, como o Coliseu, com cânticos entoados durante a trajeto. Contudo, o sepultamento será privado, e orações adicionais pela alma de Francisco ocorrerão na basílica. O caixão será selado com os selos do cardeal camerlengo e outros órgãos do Vaticano.
Além dos 200 mil fiéis, 130 delegações, dez monarcas e diversos chefes de Estado estarão presentes na cerimônia. A disposição dos assentos seguirá a ordem alfabética, com destaque para a presença dos presidentes da Argentina, Javier Milei, e da Itália, Sergio Mattarella, na primeira fila. O presidente argentino, que fez comentários negativos sobre Francisco durante a campanha, será acompanhado por uma delegação significativa.
Outros líderes confirmados incluem Luiz Inácio Lula da Silva, Emmanuel Macron, Volodymyr Zelensky e Donald Trump, que não possui uma boa relação com o ucraniano. A presença do príncipe William representando a família real britânica também foi confirmada, ressaltando a importância diplomática do evento.