O exército sul-coreano afirmou na sexta-feira (24) que suspeita que a Coreia do Norte esteja se preparando para enviar mais soldados à Rússia a fim de lutar contra as forças ucranianas, mesmo após enfrentar perdas e ver alguns de seus soldados serem capturados. “Após quatro meses desde o envio de tropas para o conflito entre Rússia e Ucrânia, e considerando as várias baixas e prisioneiros, suspeitamos que a Coreia do Norte esteja intensificando suas medidas e se preparando para um novo envio de tropas”, declarou o Estado-Maior Conjunto (JCS) em comunicado. A análise feita pelo JCS não detalhou quais outras medidas o governo de Pyongyang poderia estar adotando.
A Coreia do Norte também planeja lançar um satélite espião e um míssil balístico intercontinental (ICBM), embora até agora não se tenham observado sinais de uma ação imediata, de acordo com o JCS. Este mês, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky mencionou que dois soldados norte-coreanos foram capturados na região de Kursk, na Rússia, o que marca a primeira ocorrência em que a Ucrânia capturou soldados norte-coreanos vivos desde que o conflito começou no outono passado. Avaliações de fontes ucranianas e ocidentais indicam que Pyongyang enviou cerca de 11 mil soldados para apoiar as forças russas na região de Kursk, que foram capturados em uma operação surpresa realizada pela Ucrânia no ano passado. Segundo Kiev, mais de 3 mil desses soldados foram mortos ou feridos.
Apesar de Moscou e Pyongyang terem inicialmente negado os relatos acerca do envio de tropas norte-coreanas, o presidente russo Vladimir Putin não contestou em outubro a presença de soldados da Coreia do Norte na Rússia, e uma autoridade do país afirmou que qualquer envio desse tipo seria legítimo. Essa crescente cooperação se deu após a visita de Putin a Pyongyang em junho de 2024, onde os líderes assinaram um “Tratado de Parceria Estratégica Abrangente”, que inclui um acordo de defesa mútua.
