No dia da maratona, a atmosfera é carregada de emoção. É possível sentir uma variedade de sentimentos, como euforia, ansiedade, exaustão, dor, orgulho e admiração. Neste domingo (27), mais de 56.000 corredores estarão prontos para largar na Maratona de Londres, cada um com sua própria razão para participar. Muitos se motivam a correr em prol de instituições de caridade que os apoiaram ou que ajudaram seus entes queridos em momentos difíceis. Desde sua criação, a Maratona de Londres já arrecadou mais de £ 1,3 bilhão para diversas causas.
Existem aqueles que encontram motivação em usar a corrida para melhorar sua saúde física e mental, estabelecendo metas ou aceitando novos desafios. Por exemplo, Julie Wright decidiu participar após a perda da filha Vicki, que faleceu aos 34 anos devido ao câncer de mama, deixando dois filhos pequenos. Devido a essa experiência, ela percebeu a necessidade de melhorar sua saúde, uma vez que cuidar das crianças demandava energia e bem-estar.
A corrida se tornou uma forma de lidar com a dor da perda, para ela, representando um modo de celebrar a vida e arrecadar fundos para a Breast Cancer Now. Até agora, Julie completou duas Maratonas de Londres e está se preparando para a terceira, tendo arrecadado milhares de libras para a instituição. Durante suas corridas, ela carrega a aliança de casamento da mãe em um dedo e uma aliança de ouro que recebeu da filha no outro, como forma de manter viva sua memória e força.
As gêmeas Katie e Anna Rowland também sentem a presença de um ente querido ao correr. Elas se inscreveram para a maratona em homenagem ao pai, Jim, que recebeu cuidados paliativos em seus últimos dias no Southern Area Hospice. Katie reflete que correr por longas distâncias palidece em comparação ao sofrimento que o pai enfrentou, encontrando na corrida um modo de agradecer e homenagear a assistência recebida.
David Wetherill, um ex-jogador de tênis de mesa paralímpico, almeja estabelecer um recorde mundial completando a maratona mais rapidamente utilizando muletas. Ele descreve sua condição de saúde, resultante de uma doença genética, e como isso torna a tarefa extremamente desafiadora. Sua motivação vem do desejo de arrecadar fundo para pesquisas sobre diabetes tipo 1, que afeta amigos e familiares próximos, tornando seu objetivo ainda mais pessoal.
O treinamento para a maratona exige um compromisso sério, e muitas pessoas precisam equilibrar suas obrigações pessoais e profissionais durante esse processo. Luke Roche, que tem trabalhado em vendas e criado dois filhos pequenos, compartilha sua experiência de acordar cedo para treinar, ressaltando o apoio fundamental de sua noiva. Para ele, correr representa não apenas um desafio pessoal, mas também uma forma de homenagear seu avô.
Enquanto isso, Jennie Toland, que experimentou uma jornada difícil em busca da maternidade, encontrou na maratona uma maneira de expressar sua gratidão à instituição Tommy’s, que ajudou a financiar pesquisas sobre abortos espontâneos. A maratona se tornou um meio de agradecer por sua filha, Rose.
A Maratona de Londres tem visto um aumento significativo no número de participantes, com o total crescendo de 386.000 em 2018 para mais de 840.000 neste ano. A expectativa é que a corrida deste fim de semana quebre o recorde de participantes em uma maratona, superando os 55.646 da Maratona de Nova York do ano anterior. Josh Elston-Carr, um ex-corredor que teve seu interesse por corridas de meia distância reduzido, decidiu enfrentar o desafio da maratona como uma nova meta.
Liz Newcomer, que inicialmente corria pequenas distâncias para melhorar sua saúde mental, também se tornou uma entusiasta das maratonas. Ao longo de cinco anos, ela transformou sua relação com a corrida, usando-a como uma ferramenta para enfrentar questões de imagem corporal e alimentar-se de forma mais saudável.