Após o funeral do Papa Francisco, ocorrido na Praça de São Pedro e marcado pela presença de mais de 250 mil fiéis e líderes mundiais, a Igreja Católica inicia um período de transição crucial. Este evento simboliza o fim de uma era e o início de reflexões e preparações para a escolha do novo líder da Igreja. O processo de seleção do próximo pontífice começará após um luto oficial de nove dias, chamado “noven”. Durante esse período, o colégio cardinalício se reunirá para definir a data do conclave, um evento significativo em que os cardeais eleitores se isolarão na Capela Sistina e na Casa de Santa Marta até que um novo bispo de Roma seja escolhido.
Atualmente, o colégio cardinalício é composto por 133 cardeais eleitores, com uma representação significativa da Itália, seguida pelo Brasil, que possui sete cardeais. No conclave, os cardeais estarão sob total isolamento para evitar quaisquer influências externas, sendo necessário obter dois terços dos votos para a eleição do novo papa. Entre os possíveis candidatos, destacam-se o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, e outros nomes italianos, como Matteo Zuppi e Pierbatista Pizzaballa. Há também a possibilidade de um papa oriundo do Sudeste Asiático, como Luis Antônio Tagle — apelidado de “Francisco asiático” — ou um papa africano, como Peter Turkson ou Robert Sarah, o que poderia resultar em uma mudança significativa na liderança da Igreja.
A escolha do novo papa é um processo complexo e muitas vezes imprevisível. Historicamente, muitos papas influentes não eram considerados favoritos antes de sua eleição. O papa Francisco, por exemplo, foi uma escolha inesperada que trouxe uma nova dinâmica à Igreja Católica, destacando-se por seu perfil acessível e próximo ao povo. Com a maioria dos cardeais eleitores designados por Francisco, existe a expectativa de que o próximo papa mantenha uma linha ideológica similar. Contudo, também há uma pressão significativa de correntes conservadoras dentro da Igreja que desejam um retorno a tradições mais rígidas.