O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou, em um pronunciamento recente, ter instruído a espionagem de manifestantes que se opõem ao governo em 2023, em resposta a alegações feitas pelo chefe do Shin Bet, Ronen Bar. Em um documento enviado à Suprema Corte, Netanyahu categoricamente desmentiu as acusações, classificando-as como “uma mentira absoluta” e reafirmou que não solicitou intervenções contra manifestações legítimas. A tensão entre Netanyahu e Bar é intensificada pelas críticas relacionadas à atuação do serviço de segurança antes do ataque do Hamas a Israel, ocorrido em 7 de outubro de 2023.
Netanyahu responsabilizou Bar por não ter alertado as autoridades e forças de segurança de forma adequada, o que poderia ter ajudado a evitar a tragédia. Ele destacou que Bar não contatou o primeiro-ministro, o ministro da Defesa, nem mesmo as forças armadas ou civis nas proximidades da Faixa de Gaza. Bar, por sua vez, refutou as declarações de Netanyahu, afirmando que o relatório enviado estava “repleto de imprecisões” e distorcia a realidade. Apesar das pressões direcionadas ao governo por sua demissão, a Suprema Corte decidiu suspender a remoção de Bar em uma decisão emitida no início de abril. O chefe do Shin Bet indicou que sua renúncia poderá ser anunciada em breve.
Além disso, Netanyahu afirmou sua posição sobre o desmantelamento completo da infraestrutura nuclear do Irã. Durante um discurso em Jerusalém, ele enfatizou que quaisquer acordos internacionais deveriam proibir o enriquecimento de urânio e o desenvolvimento de mísseis balísticos por parte do país. “O Irã não terá armas nucleares”, declarou. O primeiro-ministro também criticou as negociações atuais entre os Estados Unidos e o Irã, mediadas por Omã, ressaltando que somente um acordo que elimine totalmente a capacidade nuclear do Irã seria considerado eficaz. O Irã afirma que seu programa nuclear é de natureza exclusivamente civil, enquanto Israel e potências ocidentais expressam preocupações sobre a possibilidade de desenvolvimento de armamento nuclear. As conversas continuam ocorrendo após o colapso do acordo de 2015, que foi abandonado pelos Estados Unidos em 2018.