A Eletrobras notificou o conselheiro Marcelo Gasparino da Silva pela terceira vez, classificando a infração como uma “falta grave”. A advertência ocorre em um momento crucial, próximo à assembleia que revisará a composição do conselho de administração, agendada para 29 de abril. Em comunicado formal, o conselho informou que a decisão foi unânime, exceto pelo voto de Gasparino. O texto ressalta que o conselheiro cometeu novamente a infração ao divulgar e compartilhar com terceiros documentos que são sigilosos e confidenciais da empresa. Essa violação do Código de Conduta precisa ser comunicada aos acionistas, uma vez que Gasparino está concorrendo a um novo mandato no conselho.
Na sexta-feira, 25, Gasparino publicou em seu perfil na rede social LinkedIn imagens de uma troca de mensagens com uma jornalista, nas quais enviou documentos classificados como “confidenciais” e “sigilosos” relacionados ao processo de avaliação do conselho da Eletrobras e seus membros. As imagens revelam que dois relatórios elaborados pelas consultorias Spencer Stuart e Korn Ferry foram encaminhados por Gasparino para a jornalista do jornal Folha de S. Paulo.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) manifestou, na mesma sexta-feira, sua reprovação à conduta do conselheiro, que expôs uma conversa privada com a jornalista sem a devida autorização, em desacordo com o conteúdo de uma reportagem que ela produziu. A nota da associação argumenta que Gasparino extrapola os limites do direito à crítica e à defesa ao tornar pública a conversa, divulgando o nome da jornalista e marcando-a na postagem, o que pode resultar em um aumento de ataques direcionados a ela.
Os três episódios em que Gasparino compartilhou informações sensíveis ocorreram em um período aproximado de um mês. O segundo caso foi considerado uma “infração média”, levando em conta a reincidência e a natureza do material. Contudo, a terceira ocorrência foi avaliada como “grave” pelas mesmas razões. A Assembleia Geral Ordinária da Eletrobras, que ocorrerá na terça-feira, compreenderá a disputa por sete vagas no conselho destinadas a acionistas privados, além de três vagas da União, as quais serão concorridas por 12 candidatos.
