A semana começou com a expectativa em relação a dados econômicos dos Estados Unidos e com os desenvolvimentos no conflito comercial entre EUA e China, que demonstra sinais de uma possível suavização. No cenário global, o mercado teve um desempenho positivo, com o Ibovespa alcançando novos patamares, superando 135 mil pontos. Na segunda-feira (28), o dólar completou sua sétima sessão seguida de desvalorização em comparação ao real, encerrando suas negociações com uma queda de 0,73%, cotado a R$5,6485. Nos últimos sete dias, a moeda americana sofreu uma desvalorização de 4,11%, enquanto a queda acumulada em abril foi de 1,02%. O principal índice da bolsa brasileira, por sua vez, alcançou 135.015,89 pontos, um leve aumento de 0,21%, sustentado principalmente pelo setor bancário, apesar da pressão negativa das ações de commodities.
Na manhã do dia 28, o dólar americano chegou a apresentar valorizações, atingindo um pico de R$5,7012 (+0,19%) às 9h11. No entanto, rapidamente reverteu para o negativo, seguindo a tendência de queda observada no exterior, onde se confirmou um fortalecimento do real em relação a diversas outras moedas. Um analista financeiro destacou que, após atingir uma mínima em torno de R$5,64, houve um movimento de recuperação, trazendo a cotação de volta para os R$5,68. As negociações continuam influenciadas pela expectativa sobre um possível acordo entre Estados Unidos e China relacionado à disputa tarifária iniciada pelo presidente americano. Também há uma grande expectativa para os próximos dias, quando dados econômicos relevantes dos EUA serão divulgados, enquanto no Brasil os mercados permanecerão fechados na quinta-feira (1º) devido ao feriado do Dia do Trabalho.
Na terça-feira (29), serão apresentados dados do relatório de emprego conhecido como Jolts, enquanto na quarta (30) será divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, além dos números de emprego da ADP. Na quinta, serão publicados os dados de seguro-desemprego e, na sexta-feira (2), o relatório de emprego conhecido como payroll.
O foco nos acontecimentos internacionais fez com que as declarações de autoridades brasileiras, mais uma vez, passassem para um segundo plano, segundo especialistas consultados. Em um evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil pode mudar seus vetores de crescimento econômico, priorizando investimentos privados em vez de estimular o crescimento através de gastos públicos. Ele destacou que a economia brasileira possui potencial para ser impulsionada pelo consumo das famílias e pelo investimento das empresas. Durante o mesmo evento, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, comentou que a instituição precisa assegurar que a inflação está se ajustando à meta desejada e que a política monetária está gerando os resultados pretendidos. Ele enfatizou que não há um único fator que garanta essa segurança, sendo necessário considerar uma gama diversificada de dados para esse entendimento.
Pela manhã do dia 28, o Banco Central informou que o Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 2,245 bilhões (R$ 12,66 bilhões) em março. Esse déficit foi mais do que compensado pelos investimentos diretos no país, que totalizaram US$ 5,990 bilhões (R$ 33,78 bilhões) no mesmo mês.
