A companhia aérea Azul informou que garantiu um financiamento adicional de R$ 600 milhões junto a credores existentes, com o objetivo de fortalecer sua liquidez. Este aporte foi realizado após a empresa realizar uma oferta primária de ações, que inicialmente visava levantar até US$ 4,1 bilhões (equivalente a R$ 23,20 bilhões), mas arrecadou apenas US$ 1,66 bilhão (aproximadamente R$ 9,39 bilhões). Esse resultado resultou em uma significativa desvalorização das ações da companhia na semana anterior.
De acordo com a Azul, o financiamento tem um papel importante na melhoria da liquidez, especialmente depois da conversão de 35% das notas com vencimento em 2029 e 2030 em ações preferenciais. A empresa indicou que essas notas são respaldadas por recebíveis provenientes de operações de transporte de passageiros.
Adicionalmente, a Azul ressaltou que a emissão das notas não requeriu qualquer modificação ou renúncia em relação às notas garantidas e debêntures conversíveis que já estavam em circulação. A companhia continua colaborando com partes interessadas para otimizar sua situação financeira.
A Azul enfrenta desafios não apenas pela oferecimento de ações que não atingiu suas expectativas, mas também devido a uma análise do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a prática de codeshare, que diz respeito ao compartilhamento de voos entre a Azul e a GOL. As duas empresas têm vendido passagens umas das outras desde julho de 2024 em 40 rotas diferentes.
Além disso, a Azul tem mantido discussões sobre uma possível fusão com a holding da GOL, chamada Abra. Um memorando de entendimento foi formalizado entre ambas em janeiro. Caso um acordo seja concretizado, o mercado de aviação doméstico seria dominado em 60% pelo novo grupo, superando a participação de 40% da companhia chilena Latam.