O presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, anunciou sua renúncia ao cargo nesta quinta-feira (1º) com a intenção de concorrer nas eleições presidenciais antecipadas agendadas para 3 de junho. A oficialização de sua candidatura deve ocorrer na próxima sexta-feira (2). O Ministro das Finanças, Choi Sang-mok, assumirá interinamente o cargo, conforme o regulamento nacional.
A especulação sobre a candidatura de Han, de 75 anos, aumentou após pesquisas de opinião indicarem um crescente apoio a ele. Han, que ocupava o cargo de chefe de gabinete, tornou-se presidente interino em 14 de dezembro do ano passado, em decorrência do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, motivado pela imposição de uma lei marcial. Han também enfrentou um processo de impeachment, que foi anulado pelo Tribunal Constitucional em 24 de março, permitindo seu retorno ao cargo de liderança interina até as eleições.
Ao assumir a presidência interina, Han teve a responsabilidade de manter a estabilidade do governo em meio a uma das crises políticas mais significativas em décadas, além de lidar com as ameaças da Coreia do Norte e a desaceleração econômica interna. Ele também liderou iniciativas para responder à ameaça de tarifas sobre exportações para os Estados Unidos, impostas na gestão de Donald Trump. O presidente interino manifestou abertura para negociações, enfatizando a importância do relacionamento com os EUA, que desempenharam um papel crucial na recuperação da Coreia do Sul após a Guerra da Coreia.
Recentemente, Coreia do Sul e Estados Unidos chegaram a um entendimento para desenvolver um pacote comercial visando a eliminação das tarifas antes da suspensão das tarifas recíprocas programada para julho. No entanto, Han enfrentou resistência do Partido Democrata, a principal legenda liberal, cujo candidato, Lee Jae-myung, é considerado favorito na corrida eleitoral, em meio a alegações de que as negociações estavam sendo apressadas pelos conservadores para vantagens políticas.
Han Duck-soo possui uma ampla experiência em cargos de grande relevância, incluindo primeiro-ministro, ministro das Finanças e ministro do Comércio, além de ter atuado como embaixador nos Estados Unidos e na OCDE. Sua trajetória inclui envolvimento significativo nas negociações do Acordo de Livre Comércio entre os EUA e a Coreia do Sul.
