A Infinite Reality, com sede na Flórida, ganhou destaque no final de fevereiro, quando seu CEO e cofundador, John Acunto, fez uma apresentação impactante em um evento em Los Angeles. Durante seu discurso, Acunto enfatizou a magnitude de um investimento de US$ 3 bilhões, questionando a credibilidade do que foi dito sobre a empresa. Ele celebrou o apoio dos investidores e proclamou a construção de uma empresa avaliada em US$ 12 bilhões, enquanto seu diretor de negócios, Amish Shah, visava um valor futuro de até US$ 100 bilhões.
Entretanto, essa ambição é cercada de controvérsias. A Infinite Reality enfrenta processos judiciais de credores que buscam receber dívidas. Além disso, a empresa está sob investigação da SEC, que solicitou o cumprimento de uma intimação. O investimento de US$ 3 bilhões, considerado uma das principais rodadas de capital de risco do ano, é atribuído a um investidor anônimo. Entre as startups mais exitosas do setor, apenas algumas se equiparam em arrecadação no último ano.
Recentemente, a Infinite Reality avaliou seu valor em US$ 15,5 bilhões após adquirir uma empresa de avatares por meio de uma transação em ações. A empresa lançou uma ferramenta que transforma websites em “vitrines virtuais” 3D, afirmando um aumento na receita para US$ 75 milhões em 2024. A avaliação atual, no entanto, apresenta um múltiplo de 200 vezes a receita, muito superior ao de outras startups de inteligência artificial.
No contexto de investimentos em tecnologia, o capital de risco tem aumentado nos últimos anos, embora o foco em startups de metaverso tenha diminuído, especialmente após os fracassos relacionados ao projeto “metaverso” da Meta. Desde 2020, investimentos na área caíram drasticamente, o que destaca ainda mais a recente arrecadação da Infinite Reality.
A maior parte da receita da Infinite Reality é derivada de aquisições feitas desde 2022, como a compra do Napster. A empresa, que permanece relativamente desconhecida no setor, causou surpresa com seu recente investimento. Análises do mercado revelam uma desconexão entre a Infinite Reality e outras desenvolvedoras estabelecidas de metaverso, com especialistas expressando confusão sobre a visibilidade e a legitimidade da empresa.
Na busca por ampliar sua influência, Acunto adquiriu várias empresas, levantando grandes quantias através de um modelo de negócios que gera dúvidas. Embora a empresa tenha demonstrado crescimento em sua avaliação, a saúde financeira é questionada por ações judiciais de inadimplência e dificuldades em honrar compromissos financeiros. A empresa está lidando com uma série de cobranças e processos, mas sua gestão minimiza essas questões como um custo normal do negócio.
O atual financiamento, alegadamente parte de um acordo maior, é visto como potencial solução para problemas de fluxo de caixa, embora dúvidas persistam sobre a disponibilidade efetiva desses recursos. A Infinite Reality continua a atrair investimentos e anunciou aquisições que elevam sua avaliação. Contudo, permanece sob investigação pela SEC em face de irregularidades relacionadas a suas avaliações.
A avaliação da empresa está prestes a passar por um teste crucial, permitindo transações por meio da Nasdaq Private Markets. Apesar dos desafios, há um certo otimismo em relação ao interesse dos investidores, embora ainda não tenha sido possível realizar vendas. A situação intrigante da Infinite Reality permanece, levantando perguntas sobre sua real colocação no competitivo mercado de tecnologia.
