2 maio 2025
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Acordo EUA-Ucrânia: Exploração de Terras Raras Revela Oportunidades Inéditas

Trump havia exigido direitos sobre a riqueza mineral da Ucrânia como compensação pelos bilhões de dólares em armamentos americanos enviados durante a administração anterior, após a invasão russa.

Na última quarta-feira, um acordo foi assinado em Washington, que estipula a criação de um fundo para a reconstrução da Ucrânia, devastada pela guerra, e fornece à administração Trump acesso aos recursos naturais do país. A Ucrânia, após negociações extensas, assegurou que manteria a soberania sobre suas terras raras, as quais são essenciais para as novas tecnologias e ainda em grande parte não exploradas. Trump havia solicitado a riqueza mineral como uma forma de reparação pelos armamentos fornecidos durante a administração de Joe Biden, que se intensificaram após a invasão russa há pouco mais de três anos.

Enquanto esse acordo foi formalizado, diversas negociações diplomáticas estão em andamento para buscar uma resolução para o prolongado conflito bélico. Ao anunciar o acordo, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ressaltou o comprometimento de ambas as partes com a paz e a prosperidade.

Bessent afirmou que o acordo demonstra claramente à Rússia o compromisso da administração Trump com um processo de paz que visa assegurar uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo. Ele enfatizou que nenhum estado ou indivíduo que tenha apoiado as ações militares russas poderá se beneficiar da reconstrução ucraniana. O comunicado do Tesouro mencionou a “invasão em grande escala” da Ucrânia, adotando uma terminologia que se afasta das declarações habituais da administração Trump, que tendia a classificar a situação como um “conflito” e culpava parcialmente a Ucrânia.

O primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, elogiou o acordo durante uma aparição na televisão nacional, descrevendo-o como “benéfico”. Em uma mensagem no Telegram, Shmigal anunciou que um Fundo de Investimento para a Reconstrução seria criado, com cada parte detendo 50% dos direitos de voto, garantindo que a Ucrânia manteria controle sobre seu subsolo, infraestrutura e recursos naturais. Ele também declarou que a Ucrânia não seria responsabilizada por quaisquer “dívidas” referentes ao apoio militar americano.

A ministra da Economia ucraniana, Yulia Sviridenko, afirmou que o acordo financiaria projetos relacionados a minerais, petróleo e gás, além de infraestrutura. Após a assinatura do acordo, ataques aéreos russos em Odessa resultaram em mortos e feridos, enquanto alertas de ataques aéreos foram registrados em várias cidades.

O pedido inicial de Trump incluía US$ 500 bilhões em riqueza mineral, um valor equivalente a aproximadamente quatro vezes o montante contribuído pelos Estados Unidos à Ucrânia desde o início da guerra. Embora tenha se oposto em fornecer garantias de segurança à Ucrânia e tenha rejeitado a adesão do país à Otan, Trump afirmou que a presença americana beneficiaria a Ucrânia, mantendo elementos hostis afastados das áreas de escavação. O secretário de Estado Marco Rubio propôs que Washington interromperia a mediação do conflito a menos que ambas as partes apresentem soluções concretas.

Trump está pressionando por um acordo que exija da Ucrânia a concessão de parte do território ocupado pela Rússia. Moscou, por sua vez, rejeitou propostas apoiadas pelos EUA para um cessar-fogo de pelo menos 30 dias. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, descartou qualquer concessão formal da Crimeia à Rússia, enfatizando as questões de soberania. Durante uma recente reunião com Zelensky no Vaticano, Trump incentivou o líder ucraniano a assinar o acordo, argumentando que “a Rússia é muito maior e mais forte”.

Estima-se que a Ucrânia possua cerca de 5% dos recursos minerais e terras raras do mundo, embora a maioria ainda não tenha sido explorada. Muitos depósitos estão localizados em áreas controladas por forças russas, que detêm aproximadamente 20% do território ucraniano após mais de três anos de conflitos intensos.

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