Em depoimento à Polícia Civil do Rio Grande do Sul relacionado ao caso do bolo envenenado em Torres, Zeli dos Anjos, sogra da acusada Deise Moura dos Anjos, revelou que a cunhada apresentava um ciúmes excessivo em relação a ela, o que, segundo sua perspectiva, poderia ter influenciado a motivação para o crime. A sogra descreveu que notava comportamentos obsessivos por parte de Deise, como imitar seu estilo de vestir e comprar acessórios semelhantes.
Zeli também mencionou que a “harmonia” familiar foi abalada a partir do momento em que Deise começou a namorar seu filho, Diego dos Anjos, em 2001. Ela expressou sua crença de que a farinha utilizada na preparação do bolo foi envenenada por Deise. Durante seu depoimento, Zeli detalhou o método de preparo do bolo.
Em outro depoimento, Diego relatou uma discussão com Deise apenas um mês antes do incidente, em que eles discutiram sobre os planos de Natal. Deise queria que Zeli passasse as festividades na casa deles, enquanto a sogra preferia se reunir com suas irmãs. Diego, Deise e o filho vivem em Nova Santa Rita, enquanto Zeli possui residências em Canoas e Arroio do Sal. O Natal em que ocorreu o trágico evento foi celebrado no apartamento de Maida, irmã de Zeli, em Torres.
Além de Maida, Neuza, outra irmã de Zeli, faleceu na madrugada de 24 de dezembro após consumir o bolo contaminado com arsênio. Tatiana, sobrinha de Zeli, também acabou morrendo após ser internada no dia 25. O sobrinho-neto, Matheus, e sua avó, Zeli, foram hospitalizados, mas receberam alta posteriormente. Segundo a investigação, o bolo foi preparado por Zeli, que, sem saber, utilizou a farinha envenenada, fornecida por Deise.
A polícia identificou Deise Moura dos Anjos como a principal suspeita dos envenenamentos. Ela é nora de Zeli e é acusada de ter envenenado o bolo, que resultou na morte de três pessoas e deixou outras duas internadas. Zeli, que preparou o bolo, ficou internada em estado estável na UTI, mas recebeu alta em 10 de janeiro. Ela também foi alvo de uma tentativa de envenenamento por parte de Deise, a qual visava atingir também suas irmãs.
Neuza, de 65 anos, foi uma das vítimas fatais dessa trágica situação, e as investigações apontam que ela tinha desavenças com Deise, relacionadas à rixa que a suspeita tinha com sua filha, Tatiana. Tatiana Denize, por sua vez, simboliza a banalidade das motivações de Deise, uma vez que houve rivalidade por conta da escolha do local para seu casamento, que coincidia com o desejo de Deise.
Matheus, que sobreviveu à intoxicação causada pelo bolo, foi uma das vítimas mais jovens. Embora filho de uma das vítimas, não acreditam que ele fosse um alvo de Deise, mas sim uma fatalidade devido ao consumo do bolo envenenado. Maida, irmã de Zeli, também esteve entre os que ingeriram o bolo e que deflagraram a tragédia.
A polícia também descobriu que Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, foi uma vítima anterior, que morreu em setembro de 2024 por uma suposta infecção intestinal. A exumação do corpo resultou na descoberta de arsênio, indicando que ele foi envenenado. Acredita-se que isso ocorreu por meio de leite em pó fornecido por Deise.
Deise foi detida no dia 5 de janeiro e permanece sob custódia temporária. A investigação ainda está em andamento, e a defesa informou que várias etapas ainda precisam ser concluídas para se chegar a um desfecho completo do caso.
