A Copa do Mundo de 2026 está programada para ocorrer em três países: Estados Unidos, México e Canadá, seguindo o modelo de 2002, quando o torneio foi realizado no Japão e na Coreia do Sul. Entretanto, existe uma preocupação emergente sobre o impacto das rígidas políticas de imigração adotadas durante a administração de Donald Trump, que podem desencorajar a presença de torcedores nos jogos.
Recentemente, o senador democrata Ron Wyden, do Oregon, solicitou a autoridades do governo que reavaliem essas políticas, que têm afetado a chegada de viajantes aos Estados Unidos. Em comunicação oficial, ele mencionou eventos esportivos, como a Copa do Mundo, ao se dirigir ao secretário de Estado e à Secretária de Segurança Interna, indicando que tais políticas transformaram deslocamentos comuns em experiências excessivamente complicadas para turistas, viajantes a negócios, residentes permanentes e cidadãos americanos. O senador também citou as Olimpíadas de Los Angeles em 2028 e a Copa Interclubes que ocorrerá em várias cidades dos Estados Unidos.
A previsão de turismo também reflete essa preocupação, com a empresa de análise Tourism Economics revisando sua expectativa anual, prevendo uma redução de 9,4% nas chegadas internacionais em comparação a 2024. O alerta de Wyden veio após a divulgação de dados preliminares pelo Escritório Nacional de Viagens e Turismo, mostrando que as visitas aos EUA caíram 11,6% em março em relação a 2024. Nos primeiros três meses do ano, 7,1 milhões de visitantes chegaram ao país, número 3,3% menor do que no mesmo período do ano anterior.
Essa diminuição no turismo acarreta impactos financeiros significativos. A Tourism Economics estima que os gastos de turistas internacionais nos Estados Unidos podem reduzir em até US$ 9 bilhões (aproximadamente R$ 50,85 bilhões) em 2025. O senador destacou que, antes de tais eventos, departamentos do governo poderiam enfrentar um aumento considerável no número de viajantes buscando a entrada no país, incluindo atletas, equipes de apoio, autoridades e jornalistas.
Além disso, viajantes internacionais demonstram crescente preocupação com as políticas de imigração e fronteiras. Muitos países atualizaram as orientações de viagem para seus cidadãos que pretendem visitar os Estados Unidos. Exemplos incluem a jogadora venezuelana Deyna Castellanos, que optou por não se juntar à seleção de seu país por temor de que não conseguiria retornar, e a seleção feminina de Zâmbia, que deixou de convocar jogadoras que atuam nos EUA devido a preocupações semelhantes.
No entanto, a demanda por viagens de brasileiros para os Estados Unidos não parece ter sido afetada por essas medidas restritivas. Segundo Siderley Santos, vice-presidente do grupo Arbaitman, as viagens já estavam programadas antes da eleição de Trump, e nenhum viajante deixou de voar para os EUA. A Maringá Turismo, uma das empresas do grupo, reportou um aumento de 12% na demanda por viagens para os Estados Unidos no primeiro trimestre de 2025 em relação ao ano anterior. No entanto, a incerteza em relação a novas regulamentações gera preocupação entre os clientes, que frequentemente perguntam sobre possíveis novas exigências documentais e controles rigorosos para estrangeiros.