No evento realizado na capital federal no dia 7 de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro, desconsiderando uma recomendação médica, subiu em um carro de som e reiterou seu apoio à anistia para indivíduos acusados de participar dos atos de 8 de janeiro. Ele afirmou que, caso o projeto que absolve penalmente os condenados por esses atos seja aprovado no Congresso, não deve haver qualquer contestação por parte dos demais Poderes.
Bolsonaro destacou que “a anistia é um ato político e exclusivo do Parlamento brasileiro”. Ele acrescentou que, se o Parlamento tomou uma decisão, essa deve ser respeitada, pois reflete a vontade da maioria do povo brasileiro. Essa declaração pode ser interpretada como uma mensagem direcionada ao Supremo Tribunal Federal (STF), cujos ministros têm expressado opiniões contrárias à anistia dos condenados.
Durante o breve discurso, o ex-presidente celebrou a presença dos manifestantes em Brasília, observando que a quantidade de participantes era surpreendente para um dia da semana. Ele ressaltou que a participação do público era uma confirmação de que “estamos no caminho certo”. Este ato foi o primeiro organizado por apoiadores de Bolsonaro na capital desde os eventos que culminaram na depredação dos prédios dos Três Poderes em janeiro.
Após a fala de Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia anunciou a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, de um projeto que suspende a ação penal aberta pelo STF contra o deputado Alexandre Ramagem. Este projeto também beneficiaria Bolsonaro, que é réu na mesma ação penal. O texto agora deve ser encaminhado ao plenário da Câmara para deliberação.
Durante a manifestação, que se estendeu da Torre de TV até o Congresso, diversos políticos fizeram discursos. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro aproveitou a oportunidade para mencionar dois ministros do STF: Gilmar Mendes e Luiz Fux. Em relação a Mendes, ela citou um voto que resultou na liberação da ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, Adriana Anselmo, que estava presa por corrupção, argumentando que essa decisão deveria ser um precedente para beneficiar Débora dos Santos, condenada a 14 anos e atualmente sob prisão domiciliar.
Michelle questionou as desigualdades nas decisões judiciais, referindo-se à situação de Débora, que, segundo ela, está em risco de voltar à prisão, apesar de ser mãe de dois filhos pequenos. Ela também expressou gratidão ao ministro Fux por sua defesa a favor da revisão das penas.